Os médicos vão fazer um dia de greve no início do próximo mês. A reunião do passado fim-de-semana do Conselho Nacional (CN) da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), para a revisão das negociações com o Ministério da Saúde durante os quatros anos de Governo, levou à convocação de uma paralisação a nível nacional para o dia 3 de julho.
Em comunicado a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) revela que reuniu em Coimbra, no passado fim-de-semana, “e analisou o resultado das negociações com o Ministério da Saúde, quase quatro anos depois da tomada de posse do atual governo, em outubro de 2015.”
Apesar das paralisações em maio e outubro de 2017 e em maio de 2018, a FNAM afirma que “o atual Ministério da Saúde continua recusar negociar” as reivindicações feitas pelos médicos.
As exigências dos profissionais de saúde, que segundo a FNAM o Governo se recusa a negociar, incluem “o limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência e a consequente anulação das atuais 18 horas semanais; A criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e a diminuição da idade de reforma; o desenvolvimento de uma reforma de saúde pública, com objetivos claros e sem instrumentalizações iníquas; a uniformização e melhoria do sistema informático dos hospitais”, entre outras.
A FNAM acusa o Governo de afrontar “o sindicalismo médico ao legislar, de forma unilateral, a atribuição de incentivos à mobilidade geográfica de trabalhadores médicos – trazendo maior discriminação – um novo regime jurídico da gestão hospitalar e uma nova regulamentação dos Centros de Responsabilidade Integrados (CRI).”
Em outubro de 2018 Marta Temido substituiu Adalberto Campo Fernandes na tutela da Saúde. Ainda assim a FNAM sente que a mudança “nada acrescentou” e que inclusive “a postura de empatar e diferir a tomada de decisões” foi mantida pela nova ministra.
Segundo a FNAM, o Ministério da Saúde é responsável por promover “a fuga dos médicos para o sistema privado e para o estrangeiro, a degradação continua das condições de trabalho e a desorganização dos serviços públicos de saúde, a deterioração da qualidade dos cuidados de saúde prestados e a escravização do trabalho médico pelo sistema privado, onde os médicos trabalham, pelo menos, 60 horas semanais.”
O descontentamento entre os profissionais de saúde é transversal aos setores públicos, privados e sociais e deste modo a FNAM faz o apelo para que os “colegas manifestem a sua insatisfação aderindo à greve nacional e concentração no dia 3 de julho de 2019.”