Na vida política, quando se disputam eleições a interpretação dos resultados são muito diferentes. Se um determinado partido alcança a vitória, todos os dirigentes desse partido se consideram vencedores, mas se o partido tem um mau resultado a derrota já não é de todos, mas apenas é imputada ao líder.
Vamos analisar os resultados das eleições para o Parlamento Europeu de 26 de maio de 2019 em comparação com os resultados de 2014. O PS subiu 2,4% e conquistou mais um deputado. O PSD subiu 2% e mantém o mesmo número de deputados. O BE subiu 5,3% e conquistou mais um deputado, a CDU teve menos 6,8% e perdeu um deputado, o CDS perdeu 1,7% e manteve um deputado, o PAN subiu 4% e pela primeira vez elegeu um deputado.
Verificando estes resultados, chega-se à conclusão de que em Portugal existem apenas dois partidos, PS e PSD, que, ao disputarem o poder em eleições europeias ou legislativas, o podem ganhar. Os outros partidos com assento na Assembleia da República, podem fazer parte da solução com acordos parlamentares, mas só quando aqueles, não têm maioria no Parlamento. Em condições normais e analisando os resultados só António Costa ou Rui Rio podem chefiar o próximo Governo.
Tudo o que se passou nos meios de informação é surpreendente. A maioria dos comentários diziam Costa ganhou e Rio afundou-se. Como se pode fazer esta afirmação, se tanto o PS como o PSD tiveram uma lista de candidatos às eleições europeias e esses sim foram os responsáveis pelos resultados. Mas não é difícil perceber porque é que o PSD está desde 2011 em decadência acentuada. Precisamente por ter sido Governo e a maior deserção de votantes, deu-se quando Passos Coelho, anunciou e retirou o subsídio de férias o décimo terceiro mês e ainda aumentou o IRS aos portugueses. Com que força anímica ficaram os votantes do PSD, que viram, por um lado, a sua vida destruída com estas medidas impostas por Passos Coelho e toda a sua entourage e por outro lado, o PSD desviar-se muito para a direita por vezes radical perdendo toda a sua identidade. O resultado das eleições Europeias é o exemplo. A conotação de Paulo Rangel a esse Governo e à troika, continua muito presente no eleitorado que sendo votantes no PSD, ainda não o fazem porque continuam muito irritados.
Culpar Rui Rio por querer posicionar o partido no seu espaço natural que é o centro, onde estão todos os votos flutuantes e se ganham eleições, é não perceber a essência do partido e o pensamento de Sá Carneiro, seu fundador.
Que culpa tem Rui Rio, que o PSD tenha perdido a sua base de apoio em mais de 500 mil votos entre 2011 e 2015! Que culpa tem Rui Rio, que nas eleições europeias de 2014 o PSD tenha tido cerca de 19% dos votos! Que culpa tem Rui Rio, que o PSD, apesar de ter ganho as eleições de 2015 não tenha conseguido formar Governo! Que culpa tem Rui Rio, que o PSD nas eleições autárquicas de 2017 tenha tido uma enorme derrota. Que culpa tem Rui Rio, que Passos Coelho, a sua direção e o seu grupo parlamentar tivessem deixado um partido desfeito, e sem rumo! Que culpa tem Rui Rio em se apresentar a eleições para líder do partido e as ter ganho contra Santana Lopes, contra a direção de Passos Coelho e seu grupo parlamentar! Que culpa tem Rui Rio que esse referido grupo não o tenha aceitado como líder, fazendo os possíveis e impossíveis para o derrubar! Que culpa tem Rui Rio, que o grupo parlamentar, herdado da liderança de Passos Coelho, não estejam em sintonia com o líder! Que culpa tem Rui Rio, que estes militantes, profissionais do tacho e da política partidária, uns com manifestação declarada, outros com manifestação silenciosa, estejam tão preocupados com o seu futuro político! Que culpa tem Rui Rio, que o Senhor Presidente da República seja o maior aliado do Governo do PS e o maior crítico do seu partido PSD! Que culpa tem Rui Rio, que Marques Mendes, antigo presidente do PSD, seja o comentador televisivo que pior diz do seu próprio partido. Que autoridade, tem em fazer critica, o único líder na história do partido, que perdeu as eleições internas! No entanto à custa do partido que tanto critica, foi nomeado, adjunto do governador civil de Braga, foi deputado, secretário de Estado, ministro e só não foi presidente de Câmara de Fafe, porque este lugar era de eleição e os seus conterrâneos conhecendo-o melhor do que ninguém não o elegeram. Mas a vida continua a sorrir-lhe, com o seu jeito de ‘chico esperto’ até chegou a conselheiro de Estado. Que país o nosso, meu Deus!
A inveja é uma arma muito difícil de combater e para esse grupo organizado, Rui Rio de facto também será culpado, por ser inteligente, ser honesto, ser frontal e ter carisma. Ser um economista brilhante, com uma formação muito sólida, um político reconhecido pela sua competência e coragem, admirado e lembrado como o melhor presidente de Câmara que o Porto teve na democracia, sendo um vencedor em todas as eleições disputadas e assim chegar líder do partido.
Rui Rio é e será sempre uma grande pessoa e um grande líder, não se relaciona com a intriga nem com a mediocridade e não vende ilusões, com ele a verdade é o seu modo de vida.
Eu estou com ele, porque o admiro pelo seu valor e me identifico com a pessoa que é.
Aos mais dos 500 mil votantes que se afastaram do PSD, voltem porque Rui Rio não os irá desiludir e com a ajuda de todos, vamos fazer dele o melhor primeiro-ministro de Portugal.
*Professora Universitária de Gestão e Economia