O CDS e PSD pediram explicações ao Governo sobre o aumento do tempo de resposta do INEM, após o JN ter divulgado, no início da semana, os dados internos do instituto que mostram que, em junho, o tempo de resposta médio foi dos seis aos oito minutos. O partido liderado por Assunção Cristas foi o primeiro a reagir à «situação preocupante», afirmando que a capacidade do INEM está «comprometida», pois os «tempos recomendados» para assegurar as chamadas são de «sete segundos», sublinhou Ana Rita Bessa. A deputada relembrou ainda que este não é um problema novo. No início de 2017, o presidente do INEM, Luís Meira, foi chamado ao Parlamento porque o «tempo médio era de 2,7 minutos», o que «em si já era preocupante» e, «aparentemente, não houve melhoria», disse a centrista.
O PSD também manifestou indignação pela «situação inaceitável» e enviou uma carta à ministra da Saúde, Marta Temido, com várias perguntas, entre as quais se o Governo tenciona «nos três meses que restam da atual legislatura reforçar o INEM em mais recursos humanos», pode ler-se no documento enviado às redações. Contactado pelo SOL, Ricardo Baptista Leite, um dos deputados subscritores da carta, confirmou que o PSD ainda não recebeu resposta. «É com espanto que digo que ainda não recebemos qualquer feedback do Governo, especialmente depois de o presidente da Associação de Proteção e Socorro [APROSOC] ter alertado para o facto de que o INEM poderá voltar a colapsar nestes meses de verão», afirmou. O social-democrata não deixou também de fazer duras críticas ao Governo, sugerindo que a inação deve-se ao facto de «estar mais preocupado com a campanha para as legislativas».
Em abril de 2018, o partido liderado por Rui Rio também já tinha chamado os responsáveis do INEM à Assembleia da República por causa da mesma matéria. Luís Meira explicou, esta semana, à Antena 1, que existem «dificuldades com os recursos humanos», porque o mês de junho teve «um elevado número de feriados e cinco fins de semana completos». João Paulo Saraiva, presidente da APROSOC, apelou, esta quinta-feira, aos grupos parlamentares para que sejam contratados 600 técnicos para o INEM, garantindo que o organismo irá voltar a colapsar em períodos de férias e de festividades caso não haja mais pessoal.
Deputado do PS espera 30 minutos por INEM
Por coincidência, um deputado do PS já sofreu as consequências dos problemas do INEM. Joaquim Barreto, de 68 anos, teve de esperar pelo menos 30 minutos por uma ambulância, após ter «sentido uma forte dor no peito», perto da Assembleia da República, no passado dia 26 de junho.