Na noite de domingo, Pedro Pardal Henriques, advogado e porta-voz do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas chegou a Aveiras de Cima, freguesia da Azambuja onde está concentrado um dos piquetes de greve, de trotinete e adiantou que a greve se vai prolongar até que a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) apresente uma "proposta razoável" sendo que os trabalhadores cumprirão oito horas de trabalho diário.
De acordo com informação veiculada pela agência Lusa, os primeiros camiões-cisterna que cumpririam serviços mínimos deviam ter saído de Aveiras de Cima pelas 8h, porém, começaram a trabalhar cerca das 6h30. Questionado acerca desta situação, Pardal Henriques acusou a Antram de ter subornado os primeiros motoristas que entraram ao serviço: "Os primeiros que saíram foram pessoas subornadas. Mais uma vez, a Antram não está a o cumprir o que está combinado. Estão a subornar as pessoas para quebrar os serviços mínimos" esclareceu, avançando igualmente que alguns motoristas acusam colegas de terem sido subornados para não aderirem à greve: "As responsabilidades serão apuradas, estamos a reunir provas" alegou, assumindo que não teve acesso às escalas de motoristas que cumprirão os serviços mínimos.
Sublinhe-se que a GNR escoltou os primeiros motoristas que saíram de Aveiras de Cima tendo conseguido que "tudo funcionasse normalmente" tal como explicou uma fonte desta força de segurança à Lusa. Segundo a mesma fonte, os cinco camiões-cisterna com matérias perigosas partiram da sede da CLC – Companhia Logística de Combustíveis para abastecer o aeroporto de Lisboa.
Pardal Henriques não deixou de afirmar que "são tudo esquemas ilegais para tentar desmobilizar os motoristas" e que "os motoristas estão a ser ameaçados para irem trabalhar, outros estão a ser subornados – estão a oferecer-lhes 1.200 euros para que façam estes dias de greve" acrescentando que "se alguém está a violar a greve é a ANTRAM", rematando com: "Estão a prejudicar, mais uma vez, os trabalhadores e o mundo laboral."
Através da consulta do site https://janaodaparaabastecer.vost.pt/stats, é possível confirmar que pelas 8h30, 439 postos não tinham qualquer tipo de combustível, sendo que de uma rede com 2928 postos, 545 não tinham gasolina, 738 não tinham gasóleo e o GPL já só estava disponível em 60.