Depois da tempestade, a bonança. Pelo menos o FC Porto quer acreditar que assim seja. E tem motivos para isso, afinal, o triunfo na Rússia, com o golo solitário de Sérgio Oliveira, deixa o dragão efetivamente mais perto do playoff da Liga dos Campeões. Mas, na noite desta terça-feira, no Dragão, ainda é preciso saber segurar essa curta vantagem.
Em Krasnodar, porém, ficou provada a superioridade da equipa de Sérgio Conceição, que podia facilmente ter garantido um triunfo ainda mais confortável.
De qualquer forma, a grande angústia dos azuis-e-brancos neste arranque de época acabaria mesmo por acontecer no intervalo desta terceira pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da prova milionária.
No pontapé de saída da Liga portuguesa, o FC Porto acabou por ser surpreendido em Barcelos, num encontro em que apadrinhou o regresso do Gil Vicente à primeira divisão. A derrota, por 2-1, a primeira, naquele que foi a segunda partida oficial portista em 2019/20, causou surpresa no reino do dragão.
Com um campeonato inteiro pela frente, poderá não ser propriamente motivo para disparar já o sinal de emergência, mas, se olharmos para a história, esta diz-nos que o FC Porto nunca foi campeão quando começou a Liga portuguesa com uma derrota (verificou-se já em 13 ocasiões). A última vez que este cenário ocorreu foi na época 2001/02, em que os azuis-e-brancos perderam, por 1-0, diante do Sporting, em Alvalade, num campeonato em que o FC Porto viria a terminar no terceiro lugar, com sete pontos de atraso para os leões, que conquistaram, nesse ano, a prova pela última vez.
O apuramento para o playoff é, por isso, olhado como o melhor remédio para curar o galo provocado pelo tropeção inesperado em Barcelos.
A confirma-se a passagem para a ronda derradeira antes da fase final da mais importante prova da UEFA, o FC Porto sabe de antemão que, no playoff, irá defrontar o vencedor do encontro entre o Olympiacos, de Pedro Martins, e o Basaksehir. Tal como a equipa de Sérgio Conceição, também o conjunto grego, onde militam os portugueses José Sá (ex-FC Porto), Rúben Semedo e Daniel Podence, segura a vantagem mínima, depois de ter vencido em Istambul, por 1-0.
Sérgio Conceição pode mexer Depois do desaire diante do emblema gilista, o técnico dos azuis-e-brancos poderá apresentar algumas mudanças no onze inicial para a receção ao Krasnodar, terceiro classificado do último campeonato russo e equipa que aparece pela primeira vez na mais importante prova de clubes europeus. Neste campo, destaca-se, logo à partida, o possível regresso de Danilo em detrimento de Bruno Costa. O médio foi o único ausente no último treino do plantel azul-e-branco e continua, por isso, a ser a grande incógnita depois de, recorde-se, ter assistido ao encontro, em Barcelos, na bancada, devido a lesão, que o obrigou a fazer tratamento a uma mialgia no gémeo da perna direita. Ainda no meio-campo, Corona, que se apresentou abaixo das expectativas, poderá perder o lugar para o reforço Luis Díaz; enquanto, no ataque, Marega também pode ter a sua presença em stand by. O maliano não tem tido o melhor arranque neste início de época, sendo que foi mesmo o principal culpado no lance que deu o segundo golo do Gil Vicente. De notar que o jogador, de 28 anos, não tinha feito qualquer ensaio na pré-época, em virtude de ter estado na Taça das Nações Africanas.
No geral, o FC Porto, que disputa as rondas preliminares pela 10.ª vez, só não atingiu a fase de grupos apenas por uma, em 2000/01, época em que foi ultrapassado pelos belgas do Anderlecht.
O atual vice-campeão nacional procura, de resto, atingir a sua 24.ª presença na Champions, a nona consecutiva.
FC Porto tem a “responsabilidade” de vencer Na tarde de ontem, Sérgio Conceição anteviu o duelo com o Krasnodar e fez saber que o grupo está “consciente” da “importância do jogo”. Sobre o atual momento do dragão, rematou: “No fio da navalha estão todos os treinadores que estão em clubes que lutam por objetivos importantes. Olhamos para a frente, sabendo o que se passa no momento”. “Estamos em vantagem, mas não está nada conseguido. Temos de ir para o jogo como se estivéssemos empatado”, reforçou o técnico, admitindo que os azuis-e-brancos têm a “responsabilidade de ganhar” o jogo. A dúvida sobre a utilização de Danilo manteve-se: “Há grandes probabilidades de não estar disponível. Fez um exame e está limitado”.