Na sequência da reunião realizada entre o Governo e o Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SMMP), com a duração de dez horas e ocorrida no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, a greve dos trabalhadores mantém-se. Sabe-se que os motoristas apresentaram uma proposta ao Executivo que previa uma melhoria de 40% num subsídio abordado anteriormente, no entanto, Pedro Nuno Santos fez chegar a proposta à ANTRAM e a resposta não foi positiva: "A ANTRAM, em sinal de boa fé negocial e com vista a desbloquear uma situação que muito prejudica as empresas, os trabalhadores e o país, propõe ao SNMMP as mesmas condições que foram negociadas e aceites pela FECTRANS e pelo SIMM" podia ler-se no comunicado.
A ANTRAM rejeitou a proposta do sindicato e fez uma contra-proposta: o mesmo acordo realizado com o SIMM e a FECTRANS. Na ótica dos motoristas de matérias perigosas, este não ia ao encontro daquilo que pretendiam e, assim, decidiram manter a paralisação. "Trabalhámos em conjunto com o senhor ministro uma proposta que seria razoável para desbloquear a situação. A ANTRAM rejeitou a proposta e a greve mantém-se", adiantou o porta-voz do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, à agência LUSA. O dirigente acrescentou igualmente: "Não aceitamos essa proposta, porque não podemos concordar com aquilo que não entendemos ser um bom acordo".
No texto assinado pela direção da ANTRAM e anteriormente mencionado, constava um apelo ao SNMMP: "Queremos acreditar que o SNMMP e os seus associados irão reconhecer o enorme esforço que a ANTRAM e as suas representadas irão realizar ao longo dos próximos 3 anos para conseguirem honrar com aquilo a que se comprometem e que tal proposta representa o limiar máximo da sustentabilidade das empresas e, nessa medida, do emprego.”
Por outro lado, André Matias de Almeida, porta-voz da ANTRAM, esclareceu que a proposta apresentada pelo SNMMP é "incomportável para as empresas", discriminatória para os membros dos outros sindicatos do setor e que, no decorrer do plenário que o SNMMP realizaré em Aveiras de Cima, no domingo, "haja uma sensibilização dos associados [do sindicato] e que possam compreender que as empresas estão no seu limite".