O primeiro-ministro só deve começar a fazer convites formais para o Governo esta semana, com a promessa de que será uma equipa de continuidade. Contudo, há uma regra que irá presidir aos convites: evitar relações familiares entre membros do Executivo. A ideia foi avançada pelo Observador e confirmada pelo i junto de várias fontes socialistas.
Assim, se Costa levar à risca tal critério, algumas pastas podem mudar de mãos. Por exemplo, se o primeiro-ministro optar por reconduzir Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna (figura próxima de Costa), então, o lugar da ministra do Mar pode ficar em risco. Ana Paula Vitorino é mulher de Eduardo Cabrita.
No PS ganha força também a ideia de que Pedro Nuno Santos, atual ministro das Infraestruturas e da Habitação, deverá ficar com a tutela dos portos (nas infraestruturas). Ou seja, se assim for, a atual ministra do Mar perde uma das pastas que tutela. O facto de ter um casal de ministros nunca foi problema até 2019, quando começaram a surgir várias polémicas não só com a promoção a ministra de Mariana Vieira da Silva (filha de José Vieira da Silva), mas também com as ligações familiares nas nomeações de equipas de gabinete ministerial. Certezas ninguém tem, até porque a lista só está nas mãos de António Costa.
Contudo, pode haver mexidas na orgânica do Executivo com uma saída que já é pública, a de José Vieira da Silva. Costa pode ser tentado a dividir o ministério em dois: trabalho e segurança social. Neste cenário a opção poderia recair sobre Ana Catarina Mendes à frente de uma das pastas. Porém, entre socialistas o seu nome também é apontado para a liderança da bancada do PS, um cargo deixado vago pelo presidente socialista, Carlos César. Se ficar no Governo, cumprindo-se a regra de evitar membros da mesma família na equipa, tal implicaria a saída de António Mendonça Mendes da equipa do Ministério das Finanças.
Na composição do Governo existem nomes cuja manutenção será incontornável, como os de Mário Centeno e de Augusto Santos Silva, nas pastas das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, respetivamente.
Até dia 23, o primeiro-ministro terá a equipa ministerial fechada para entregar em Belém, sendo certo que terá de haver uma componente mais política na equipa perante os desafios da presidência da União Europeia e a gestão de consensos no Parlamento.
Entretanto, Marcelo Rebelo de Sousa avisou este fim de semana o primeiro-ministro que estará particularmente atento ao próximo Orçamento do Estado no que toca à Saúde. Nesta pasta deverá manter-se a atual ministra Marta Temido.