PSD vai apresentar moção para uso generalizado de máscaras em Lisboa

Relembrando que face aos dados atualmente disponíveis, a taxa de população imunizada será ainda reduzida para evitar, por si só, uma segunda vaga de infeções e tendo em conta que  “Lisboa assume características particulares, que aumentam as ocorrências de interação social”, quando for ultrapassada a fase de mitigação da covid-19, o PSD defende que “o…

O PSD vai apresentar, esta quinta-feira, numa reunião da Câmara Municipal de Lisboa, uma moção com a recomendação para o uso generalizado de máscaras na capital, nas situações de contacto social.

Na moção a que o SOL teve acesso, os sociais-democratas defendem que seja recomendado o uso generalizado de máscaras de proteção nas situações de interação social “pelos lisboetas, e por quem trabalha e visita Lisboa, em particular quando frequentam espaços onde estejam em proximidade com outras pessoas”.

O PSD pede que a autarquia delibere “promover as boas práticas no uso das máscaras de proteção, através da ampla divulgação das normas de correta utilização, bem como a indicação de que estas, por si só, não asseguram a proteção contra o covid-19, pelo que devem usadas como complemento a outras ações de cada cidadão, como sejam a lavagem frequente das mãos” e que seja garantido “o acesso generalizado a máscaras de proteção em rede de proximidade, a preço tabelado entre intervalos regulados, assegurando a existência de stocks para os trabalhadores da primeira linha de combate, através da mobilização do setor empresarial e académico e junto do Governo”.

A moção do PSD surge tendo em conta a situação que o país enfrenta e que justificou a declaração e subsequente renovação e reforço do estado de emergência, mas também as orientações de diversos especialistas e académicos, do “US Center for Disease Control and Prevention, bem como a prática dos países com sucesso nesta fase, como foram a Coreia do Sul, Macau, Áustria ou a República Checa".

“Ao contrário de outros países, em Portugal os supermercados e farmácias não procedem à venda generalizada de máscaras à população, por indisponibilidade de stocks, não sendo igualmente públicos dados sobre a capacidade de produção em massa de máscaras em Portugal nem sobre o resultado efetivos das medidas tomadas com vista ao seu reforço na atual situação de emergência”, destaca o PSD.

“Existe hoje evidência científica de que é elevada a taxa de indivíduos assintomáticos portadores do vírus COVID-19, em particular nas camadas mais jovens, pelo que pode contribuir para a transmissão do vírus o não uso generalizado de máscaras por parte de vários grupos que não constam da recomendação de uso da DGS, como sejam os transportadores de produtos ao domicílio, os trabalhadores em locais de afluência de público, os frequentadores de transportes públicos, os trabalhadores da construção civil, entre muitos outros que se mantêm em situação de contacto social”, defendem, considerando assim que “o uso de máscaras poderá ter um impacto importante no combate à disseminação da doença, principalmente numa ótica de proteção dos outros e não tanto na ótica de proteção individual”.

O PSD destaca ainda que  a Organização Mundial de Saúde (OMS) veio também admitir que a não recomendação para o uso generalizado de máscaras deve-se ao facto de “estarem em falta no mercado global”, referindo, no entanto, que o uso generalizado das máscaras não deve pôr em causa a sua disponibilidade para os trabalhadores da primeira linha do combate à pandemia, como são os profissionais de saúde.

Relembrando que face aos dados atualmente disponíveis, a taxa de população imunizada será ainda reduzida para evitar, por si só, uma segunda vaga de infeções e tendo em conta que  “Lisboa assume características particulares, que aumentam as ocorrências de interação social", quando for ultrapassada a fase de mitigação da covid-19, o PSD defende que “o objetivo passará pela progressiva retoma da atividade económica, assegurando as condições de saúde pública face ao vírus, numa situação em que previsivelmente a imunidade de grupo não estará ainda assegurada”.