Manuel Alegre avançou este sábado com uma petição intitulada “Homenagem ao 25 de Abril”. “A democracia não está nem pode ser suspensa. Saudamos a homenagem que o povo e o Parlamento prestam ao 25 de Abril”, pode ler-se na página da petição online, que, à hora de fecho desta edição, conta com mais de 16 mil assinaturas. Já a petição lançada nos últimos dias pelo cancelamento das comemorações ultrapassou este domingo a barreira das 90 mil assinaturas.
Para além do histórico do PS, a petição em defesa das celebrações foi assinada por personalidades como Marisa Matias, Fernando Rosas e José Vera Jardim. Ao i, o antigo ministro da Justiça afirma que “nem a democracia, nem a Assembleia da República, nem as instituições democráticas” estão suspensas. “Não vejo razões para que as mais altas figuras do Estado não comemorem esta data fundadora”, explica, defendo que “é necessário que haja cautela, dada a situação” e que, por isso, “é evidente” que a cerimónia não se realize da forma habitual. “Mas é evidente também que, desde logo, o Presidente da República e outras pessoas como o presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro – e com eles altas figuras do Estado – perceberam que não havia razões para não comemorar”, acrescenta.
O socialista considera ainda que “o enorme espaço da Assembleia da República” permitirá que todos os presentes cumpram com “as regras de distanciamento social estabelecidas”. “Não vejo razão para que se diga que estando os portugueses confinados não haja uma cerimónia muito simples”, explica ao i. “Vivi durante muitos anos durante um regime não democrático, portanto, dou muito valor. É uma data fundadora de uma nova era para Portugal, fundadora da democracia e dos direitos humanos”.
No mesmo dia, Francisco Rodrigues dos Santos prescindiu do lugar que o protocolo de Estado lhe reserva, uma vez que não é deputado, explicando que, no modelo em que vão acontece, dão “um péssimo exemplo aos portugueses”. Ao i, o presidente do CDS explica que, para além disto, a decisão “não respeita os sacrifícios por que os portugueses estão a passar”. O líder centrista considera ainda que a decisão em manter as comemorações no modelo em que está previsto é, para além de “ uma falta de flexibilidade em adaptar as comemorações ao tempos em que vivemos”, uma “afronta” aos portugueses, a quem é pedido que fiquem em casa e que não vão trabalhar, mesmo que não tenha forma de pagar as suas despesas ao final do mês. “O 25 de Abril não se fez para separar as elites do povo e para quem uns fossem mais livres do que os outros”, defendeu.