Durante os 45 dias de estado de emergência, os consumidores portugueses fizeram perto de 20 mil reclamações no Portal da Queixa. No topo da lista das categorias mais reclamadas está o comércio eletrónico.
O número de queixas registado pelo Portal da Queixa representa um aumento de 90% face ao período homólogo (10.367). Deste total de reclamações recebidas no período em análise, 25% (5.122) estão relacionadas com a pandemia de Covid-19 e 5% (999) referem-se a queixas sobre burlas e fraudes online, um ritmo de 22 reclamações por dia.
O mês de abril “bateu qualquer recorde” registando um ritmo de 450 reclamações diárias, explica o Portal da Queixa, acrescentando que, segundo os dados disponíveis, foram registadas, nesse mês, o triplo das reclamações efetuadas no Livro de Reclamações Eletrónico (4.625) e mais de quatro vezes as efetuadas nas plataformas das associações de consumidores.
Ao longo dos 45 dias, destacaram-se no ranking das categorias com maior número de reclamações: comércio eletrónico (2643), correio, transporte e logística (2533), operadoras de TV, net e telefone (1563), reservas de viagens e estadias de férias (1000) e serviços e administração pública (988).
As cinco marcas mais reclamadas, segundo o Portal da Queixa são a eDreams, CTT e CTT Expresso, MEO, Uber Eats e NOS.
“O primeiro período do estado de emergência, na sequência das medidas de combate à Covid-19, foi talvez o mais demonstrativo das necessidades dos consumidores na nova realidade em que se viram envolvidos. Ficando as viagens e estadias fora de rota nos próximos tempos, os consumidores portugueses correram às companhias aéreas, agências de viagens e sites de reservas, numa tentativa desesperada de conseguirem reaver o valor despendido com a marcação de férias”, explica Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa.
Também o setor das operadoras de telecomunicações viu o número de reclamações recebidas aumentar de 353 para 542 (53%), nos 15 dias do primeiro período, face aos 15 dias anteriores. Dificuldades com a prestação do serviço de tv e internet foram as principais razões que levaram os consumidores a reclamar. Os supermercados online também demonstraram muitas dificuldades para darem resposta à massiva procura dos consumidores, que optaram por se abastecer online, colocando uma enorme pressão na logística de empresas como o Auchan e o Continente que, durante este período inicial de adaptação, viram as suas reclamações aumentarem mais de 185%, face ao período que antecedeu o início do confinamento obrigatório. As dificuldades de acesso aos supermercados online, os tempos de espera pelas encomendas e a falta de stocks de produtos, foram os motivos principais relativos a este aumento”, analisa Pedro Lourenço.