Como o leitor saberá, há neste momento no mundo uma discussão sobre a perigosidade do novo coronavírus e as medidas adotadas pelos governos.
Uns afirmam que constitui uma verdadeira ameaça, outros dizem que é pouco mais do que uma gripe.
Que o vírus é real, não há dúvida: corresponde a uma mutação de outro ‘corona’, e por isso se diz o ‘novo coronavírus’.
Mas justificará todo este pânico que se criou nas sociedades, a ponto de a vida quase parar – com brutais consequências no futuro?
Até hoje temos menos de 300 mil mortes em todo o mundo em consequência da doença, o que não é quase nada.
Qualquer pandemia ‘normal’ mata milhões de seres humanos.
Em Portugal, há pouco mais de mil mortos devido à covid-19, quatrocentos dos quais foram em lares de idosos; ora, no ano passado, em consequência da vulgar gripe, houve três mil mortos.
Dir-se-á: agora não foram mais, porque se tomaram medidas.
É verdade, mas só até certo ponto.
A mortalidade oficial da covid-19 em relação ao número de infetados ronda em Portugal os 4%, ou seja, cerca de três vezes mais do que a gripe.
Mas, se tivermos em conta que só uma pequena parte da população foi testada, pelo que há muito mais gente infetada do que os números registam, concluímos que a mortalidade não será muito superior à da gripe.
Por outro lado, não houve nenhum português morto abaixo dos 40 anos e muito poucos entre os 40 e os 60.
Então, podemos dizer, sem receio de errar, que há uma gigantesca desproporção entre a perigosidade da doença e o pânico que criou.
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