O presidente do PSD, Rui Rio, critica o primeiro-ministro, António Costa, por manter o ministro das Finanças no seu Executivo.
"Mário Centeno não passou a ter condições para continuar. O primeiro-ministro é que assumiu que no seu Governo, ainda que sem condições, um ministro pode continuar a sê-lo, mesmo quando faltam mais de três longos anos para o fim da legislatura …ou quando a força do ministro é superior à do primeiro-ministro", escreveu Rui Rio no Twitter.
Mário Centeno não passou a ter condições para continuar.
O PM é que assumiu que no seu Governo, ainda que sem condições, um Ministro pode continuar a sê-lo, mesmo quando faltam mais de três longos anos para o fim da legislatura …ou quando a força do Ministro é superior à do PM.— Rui Rio (@RuiRioPSD) May 14, 2020
Já na quarta-feira, após as declarações do Presidente da República sobre a injeção de dinheiro público no Novo Banco, Rui Rio tinha recorrido às redes sociais para criticar todo o episódio, acusando mesmo o ministro de não ter sido leal com o chefe de Governo.
Recorde-se que a polémica sobre o Novo Banco teve início na semana passada quando o primeiro-ministro garantiu, no Parlamento, que o Estado só voltava a colocar dinheiro no banco depois de serem divulgados os resultados da auditoria. Entretanto, viria a ser confirmada a injeção de 850 milhões ainda antes do relatório.
Costa viria a pedir desculpas pela informação incorreta, mas o erro já estava feito e choveram críticas quer ao empréstimo, aprovado por Mário Centeno, quer à ‘má’ comunicação entre o líder do Governo e o ministro, que admitiu a falha e o atraso na passagem de informação ao primeiro-ministro.
Mas o capítulo mais polémico da ‘novela’ viria a ocorrer esta quarta-feira, quando Presidente da República e o primeiro-ministro visitaram juntos as instalações da Autoeuropa.
Entre a troca de galanteios entre as duas principais figuras do Estado, Marcelo defendeu e elogiou Costa, referindo-se à importância de conhecer os resultados da auditoria antes de passar o ‘cheque’ ao Novo Banco.
Centeno sentiu que lhe tinha sido tirado o tapete e marcou reunião com o primeiro-ministro, para discutir a sua possível saída do Governo. Mas Costa – ou o telefonema do Presidente, que diz agora que tudo se tratou de um equívoco – conseguiu evitar a saída do governante.
O já apelidado ‘Cristiano Ronaldo’ das Finanças vai manter-se no cargo e o primeiro-ministro ainda reafirmou publicamente a sua confiança pessoal e política num comunicado emitido ontem após o encontro entre os dois.