“Um ministro das Finanças responsável não abandona o barco no início de uma crise como esta”, diz Marques Mendes

Para além de ter abordado o “lado mau” do ex-ministro das finanças, o comentador da SIC deixou elogios ao CR7 das Finanças. A seu ver, o agora ex-ministro das finanças deu “credibilidade” e “rigor” ao Partido Socialista, para além de ter conseguido “o momento histórico de conseguir obter excedente orçamental”.

Luís Marques Mendes considerou, no domingo, que Mário Centeno teve um "trabalho importante no Governo" durante, principalmente, a primeira legislatura. "Goste-se ou não se goste de Mário Centeno, acho que ele teve um trabalho importante no Governo ao longo destes quase cinco anos. Um bocadinho à imagem do Governo, tem obra, teve resultados e gerou credibilidade", afirmou no seu espaço de comentário no Jornal da noite, na SIC, acrescentando que o agora ex-ministro das finanças deu "credibilidade" e "rigor" ao Partido Socialista, para além de ter conseguido "o momento histórico de conseguir obter excedente orçamental".

Apesar dos elogios, o antigo líder social-democrata garantiu que, quanto à sua demissão, já era "muito crítico".  "Um ministro das Finanças responsável não abandona o barco no início de uma crise como esta. Um ministro das Finanças com sentido de Estado dá a cara, não foge. Mário Centeno fez o contrário", afirmou, defendendo que "as pessoas de coragem e caráter" assume as responsabilidades e por isso, neste momento "vão à luta, não abandonam".

O comentador afirmou que a inexistência de uma explicação para a sua saída é "ainda pior". "Ele sai porquê? Porque estava farto do Governo? Por divergências políticas? Porque queria ganhar mais?", questionou-se, afirmando que "no mínimo" os portugueses mereciam uma explicação.

"Mário Centeno tem um lado bom, que é o lado da competência e dos resultados e depois tem este lado mau que é este seu egoísmo, a sua vaidade, que é o pensar muito em si, nos seus interesses e ele tem um umbigo do tamanho do mundo e por isso eu acho que ele sai mal", afirmou, antes de afirmar que a escolha de João Leão para substituir o CR7 das Finanças foi uma escolha "natural". "É um bom técnico, tem resultados e permite ao Governo dar a imagem de continuidade", conclui.