A cerimónia de lançamento do último livro de Cavaco Silva – marcada para o final da tarde de hoje (a partir das 18h00) – já estava planeada para os jardins do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, e obedecendo a todas as regras de prevenção da covid-19 definidas pela Direção Geral de Saúde.
Com efeito, e por exigência do próprio ex-Presidente da República autor da obra, desde o início que o lançamento estava previsto realizar-se ao ar livre e com a disposição das cadeiras reservadas aos convidados observando o indispensável e adequado distanciamento social.
Ou seja, os cuidados especiais que rodeiam a cerimónia de logo à tarde nada têm a ver com o facto de um dos conselheiros de Estado participantes na última reunião daquele órgão consultiivo do Presidente da República, realizada na semana passada, o centrista António Lobo Xavier, ter entretanto testado positivo ao covid-19.
Recorde-se que Cavaco Silva, membro do Conselho de Estado por inerência do seu estatuto de ex-Presidente da República, esteve presente nessa reunião, em que participou também Lobo Xavier, e que contou com a presença especial da presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen.
Curiosamente, a apresentação do livro de Cavaco Silva estará a cargo de outro conselheiro de Estado, que igualmente esteve presente na mesma reunião.
Trata-se de Luís Marques Mendes, também ele ex-líder do PSD e membro dos três Governos liderados por Cavaco Silva – entre 1985 e 1995.
Marques Mendes, tal como os restantes participantes na reunião do Conselho de Estado, sujeitou-se ao teste do novo coronavírus, tendo resultado negativo – como apurou o jornal i. Aliás, também Ursula von der Leyen já realizou dois testes à covid-19 após a reunião do Conselho de Estado português, tendo ambos resultado negativo.
A última obra de Cavaco Silva – intitulada Uma Experiência de Social-Democracia Moderna – é lançada numa data especial: quando se assinalam 35 anos sobre a primeira vitória do antigo líder do PSD em eleições legislativas.
Cavaco Silva foi convidado a formar Governo pela primeira vez, por Ramalho Eanes, na sequência da vitória do PSD nas eleições de outubro de 1985. Dois anos depois, derrubado por uma moção de censura apresentada pelo PRD, conquistaria a primeira das suas duas maiorias absolutas. Já no novo século, em 2006, Cavaco Silva viria a ser eleito Presidente da República e seria reeleito cinco anos volvidos.