Marcelo Rebelo de Sousa quando participava na reunião da Educação Global, esta quinta-feira, promovida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), considerou a cooperação internacional pela recuperação e qualidade da educação ser o “princípio e o fim de tudo na nossa vida coletiva”.
"União e solidariedade para assegurar uma educação de qualidade e preparar um futuro muito melhor para a humanidade, sobretudo com o compromisso político, sem esquecer que a educação é o princípio e o fim de tudo na nossa vida coletiva”, disse o Presidente da República, referindo-se à mobilização dos países e de toda a comunidade internacional para recuperar a educação, posta em causa devido à pandemia, que levou ao encerramento das escolas em março e ao ensino à distância em Portugal.
"A ausência da educação pré-escolar prejudicou as crianças com menos de cinco anos numa fase crucial do seu desenvolvimento", disse o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou ainda que “a reabertura das escolas, em plena pandemia, está a tornar este ano num ano académico muito atípico e difícil”, acrescentando que “os impactos no médio e longo prazo devem ser cuidadosamente monitorizados e avaliados para corrigir as assimetrias causadas ou pioradas por estes oito meses extremamente difíceis e por aqueles em diante”.
Assim, durante a reunião que decorreu esta quinta-feira através de videoconferência com vários chefes de Estado e de governo, perto de 70 ministros e representantes de várias instituições internacionais, o Presidente aproveitou para fazer um apelo a toda a comunidade internacional: “todos nós temos uma tarefa enorme para os próximos anos como resultado desta pandemia”, disse.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, esteve também presente na reunião, onde sublinhou que “esta pandemia representa para todos nós um desafio sem precedentes”, uma vez que “nenhuma escola foi desenhada para uma pandemia como esta”. Para o ministro, é preciso criar políticas inovadoras e abordar o processo de ensino-aprendizagem de outra forma, ao “investir mais e melhor”, por exemplo, na digitalização do ensino.
Na reunião, os participantes assinaram uma Declaração para financiar recursos em falta para sustentar os sistemas educacionais, principalmente nos países mais pobre, com 200 mil milhões de dólares por ano, ou seja, cerca de 170 mil milhões de euros. O documento prevê que os países contribuam com 4% a 6% do seu PIB acional “ou 15% a 20% dos seus gastos públicos para a educação”. A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay avisou que se trata de um investimento para o futuro e que “não é um sacrifício nem um custo”. “Se não o fizermos agora, o futuro será triste e sombrio”, concluiu.