Rui Rio saudou, esta quarta-feira, a decisão do Executivo socialista de não levar o plano de reestruturação da TAP a votação na Assembleia da República e disse que se tal acontecesse seria abrir um “precedente muito grave”, uma vez que este foi elaborado pelo Governo.
“Uma coisa diferente é a apreciação que cada partido possa vir a fazer da situação da TAP. O PSD ainda não tem conhecimento do plano de reestruturação, ser-lhe-á apresentado hoje à tarde. Não sei o grau de profundidade com que será apresentado”, disse o líder do PSD, em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com a Confederação do Turismo Português (CTP).
Rio sublinhou que serão injetados 3 mil milhões de euros na companhia aérea – valor que os 10 milhões de portugueses estarão a pagar "de joelhos". “Aquilo de que se está a falar, além do que possa vir depois são 300 euros para cada português. Cada um de nós vai dar mais 300 euros em média à TAP”, disse o social-democrata.
“Haverá cortes salariais, racionalização dos meios humanos. Qual é a segurança que o país pode ter em meter tanto dinheiro outra vez na TAP e depois a TAP passar quatro ou cinco meses, com greves de uns e greves de outros, como tem sido. Depois passado poucos meses não entra outra vez na mesma situação, com greves através de greves?”, questionou.
Questionado sobre se o PSD defende a liquidação da empresa caso o plano não dê a segurança de que a transportadora será rentável no futuro, Rio respondeu afirmativamente.
“Sim, se o plano de reestruturação não conseguir ter respostas capazes que nos garantam que de futuro não será igual ao que tivemos no passado, isso é evidente. Ter no futuro o que tivemos no passado, acho dramático para as finanças públicas portuguesas”, respondeu.
Recorde-se que o Governo aprovou, em Conselho de Ministros extraordinário, na terça-feira, o plano de reestruturação da TAP, que será entregue esta quinta-feira em Bruxelas.