O Presidente da República sublinhou, esta quinta-feira, a importância de se apurar se o caso do cidadão ucraniano morto no centro de acolhimento temporário do SEF, no Aeroporto de Lisboa, foi um "ato isolado” ou se é “um sistema."
Pouco depois de o ministro da Administração Interna ter anunciado que o Estado iria indemnizar a família de Ihor Homenyuk, que morreu à guarda do SEF em março passado, Marcelo Rebelo de Sousa já estava a reagir.
"Uma instituição como o SEF não pode continuar assim. É importante saber se é um ato isolado ou um sistema", afirmou, à margem de uma cerimónia de condecoração de Júlio Isidro.
Se se trata de "um procedimento comum, o que está em causa é o próprio SEF e o Governo terá de ser o primeiro a reconhecer que uma instituição assim não pode sobreviver nesses termos", sublinhou.
Marcelo Rebelo de Sousa foi duro nas palavras, tendo chegado a dizer que é tempo de perceber se "os que deram vida [ao caso do SEF] naquele período poderão continuar a dar vida no período seguinte".
"Se isto for uma forma de funcionamento do sistema é intolerável para o futuro", acrescentou o chefe de Estado, que vê na indemnização à família “o reconhecimento por parte do Estado pelo menos de uma responsabilidade objetiva".