Foi um frente-a-frente duro e intenso, na TVI, dominado pela troca de acusações entre os candidatos que lutam pelo segundo lugar.
Ana Gomes abriu o debate a condenar “aqueles que querem levar-nos de novo para a ditadura”.
Sem nunca se dirigir diretamente a André Ventura, que tratou como “senhor deputado” ou “este senhor”, a militante socialista lembrou que tem uma marca na cara por causa da “vergastada de um Pide”.
Ana Gomes continuou a atacar o líder do Chega por ter afirmado que “era pela ditadura das pessoas de bem”, mas “pessoas de bem não são por ditadura nenhuma”.
Ventura, em resposta, reafirmou que é contra uma situação em que “metade do país está a trabalhar para quem não quer fazer nada”.
O candidato apoiado pelo Chega passou depois ao ataque e considerou “uma vergonha” que Ana Gomes tenha Paulo Pedroso como diretor de campanha e acusou os socialistas de terem movido “influências para condicionar a justiça” no caso Casa Pia.
Ana Gomes recusou entrar nessa discussão. “Este senhor tem truques para arrastar para a lama quem debate com ele”, disse.
Mas Ventura não ficou por aí e mostrou uma fotografia em que Ana Gomes estava ao lado de José Sócrates. O objetivo foi acusar a candidata socialista de ter andado “aos abraços e aos beijinhos” com José Sócrates há uns anos.
Ana Gomes ignorou alguns dos temas que o adversário queria colocar no debate e acusou Ventura de ter legalizado o partido com assinaturas falsas e “impor a lei da rolha aos militantes”. Lembrou ainda o encontro entre Ventura e Marine Le Pen, “uma destacada fascista”
No final do debate, o candidato do Chega insistiu no caso Casa Pia e questionou Ana Gomes sobre se vai manter a confiança no ex-ministro socialista Paulo Pedroso. “Este senhor insiste em ser vil, mas eu não vou descer ao nível dele. Este senhor é só falsidades e contradições”, respondeu Ana Gomes.