O Banco de Fomento e a Caixa Geral de Depósitos recusaram conceder o empréstimo de 30 milhões de euros pedido pela Groundforce com o pressuposto de que os acionistas Pasogal de Alfredo Casimiro (com 50,1%) e TAP (com 49,9%) não têm dado por “garantida a disponibilidade financeira robusta para cobrirem os mais de 40 milhões de prejuízos previstos para 2020-2021, e desta forma estabilizarem a recapitalização do balanço da empresa em todo o horizonte temporal da operação”.
A avaliação do Banco de Fomento – tutelado pelo ministro da Economia Pedro Siza Vieira – permite, desta forma, concluir que o Governo considera que, além de Alfredo Casimiro, também o próprio Estado português (que detém 72,5% da TAP) não tem neste momento capacidade para assegurar a liquidez da empresa dehandling.
Em carta dirigida ao conselho de administração da Groundforce (presidido pelo acionista maioritário Alfredo Casimiro), a que o i teve acesso, é explicado que a operação de financiamento de 30 milhões, “pelo prazo de seis anos e carência de 18 meses de carência” não recebe luz verde, por “existirem reservas quanto à viabilidade económica e financeira da empresa, bem como à sua capacidade de reembolsar a linha de crédito solicita”.
O desfecho é ainda justificado com mais duas razões: a “ausência da aprovação e implementação efetiva” por parte da empresa “de um plano de reestruturação profundo, que adeque a estrutura de custos à nova realidade de receitas, e à recuperação lenta esperada para o setor da aviação comercial; e o facto de “as licenças emitidas pela ANAC [Autoridade Nacional da Aviação Civil] para Groundforce operar nos aeroportos nacionais, cessam a sua validade entre 2023 e 2025, e que neste último ano, 70% do financiamento ainda estará por liquidar, podendo a empresa deixar de ter condições para operar”.
O i tentou contactar a Groundforce para reagir à nega, mas a empresa não prestou declarações.