Antes do debate, na Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa demonstrou o seu desagrado com a falta de planeamento. “Quem deve prevenir não conseguiu prevenir e quem deveria prevenir são, naturalmente, as entidades responsáveis por isso”.
Foi com as palavras do Presidente da República que Telmo Correia, líder parlamentar do CDS, abriu a sua intervenção. O centrista lamentou a falta de planeamento. “Nada estava previsto. Há consequências ou não consequências?”, questionou.
Em resposta, António Costa revelou que o Governo pediu à Inspeção-geral da Administração Interna a abertura de um inquérito à atuação da PSP. António Costa garantiu que vai aguardar “o apuramento e o esclarecimentos dos factos para retirar as responsabilidades devidas”, mas recusou “atirar pedras” ao Sporting, aos adeptos ou à polícia.
PSD, Iniciativa Liberal e o Chega insistiram na polémica devido aos ajuntamentos na festa do Sporting. “Vai ou não manter o ministro Eduardo Cabrita? Neste momento não tem maior problema que o seu ministro da Administração Interna”, questionou o deputado do Chega.
António Costa não podia ser mais claro na garantia de que o ministro vai continuar. “Quem me dera que o meu problema fosse o senhor ministro da Administração Interna. Tenho um excelente ministro da Administração Interna”.
Apesar de António Costa reafirmar que mantém a confiança no ministro da Administração Interna, João Cotrim Figueiredo insistiu e lembrou todas as polémicas que o envolveram. “Houve a festa do Sporting. Não havia plano absolutamente nenhum e continua aqui o ministro. É incompetente, é mau nas decisões e pior nas justificações, fica. Porquê?”, questionou o deputado dos liberais.
Rui Rio também acusou o Governo de ter sido “incapaz de fazer aquilo que lhe competia”. Ricardo Batista Leite, médico e deputado social-democrata, alertou que situações com esta não se devem repetir. “Não se percebe que restaurantes estejam com lotação reduzida e salas de espetáculos e não se tenha feito nada para prevenir a concentração nos festejos”, disse.
Marcelo ainda foi desafiado a comentar as declarações de António Costa sobre o ministro da Administração Interna, mas preferiu deixar essa matéria para os comentadores políticos. “É uma matéria que não entra nas minhas competências, não entra nos poderes presidenciais. Já não sou analista ou comentador político. É um tema muito importante para os analistas e comentadores, mas eu já não sou”.
A polémica com João Galamba foi outros dos temas do debate. O CDS já tinha pedido a demissão do secretário de Estado da Energia por ter afirmado, nas redes sociais, que o programa Sexta às 9, na televisão pública, é uma “coisa asquerosa”.
O primeiro-ministro admitiu que “essa não é a expressão adequada e os membros do Governo têm de ter nervos de aço para ouvirem mesmo as coisas mais desagradáveis”. António Costa lembrou que o ministro do Ambiente já tinha afirmado que João Galamba utilizou uma “linguagem desajustada”. João Matos Fernandes disse, nessa altura, que o assunto estava encerrados elogiou o “excelente trabalho” do governante.