A Altice Portugal confirmou o início de um processo de despedimento colectivo no âmbito do processo de restruturação da empresa em curso, «devido ao contexto muito adverso que se vive no setor das comunicações eletrónicas: o ambiente regulatório hostil, a falta de visão estratégica do país, o contínuo, lamentável e profundo atraso do 5G, bem como a má gestão deste dossiê», lê-se em comunicado .
A Altice Portugal atribui ainda a inevitabilidade do recurso ao despedimento coletivo a «múltiplas decisões unilaterais graves da ANACOM e de outras autoridades, sempre com a cobertura da tutela, e que ao longo dos últimos 4 anos destruíram significativamente valor». «Este contexto reforça e precipita a necessidade de se tomar decisões sempre difíceis, mas que se impõem num mercado desde logo exigente, mas cujo futuro é, no atual momento, cada vez mais incerto», reforça o comunicado.
O Nascer do SOL apurou que este despedimento coletivo pode abranger até cerca de 250 trabalhadores, mas os responsáveis da empresa acreditam que mais de metade destes trabalhadores poderão aderir a um mecanismo de rescisão por mútuo acordo, com condições financeiras mais favoráveis para os abrangidos, por forma a reduzir o universo do despedimento a cerca de uma centena de funcionários.
A Altice Portugal anunciou entretanto um aumento transversal de salários para toda a organização e a criação de uma bolsa de apoio aos filhos dos colaboradores que vão entrar este ano no ano letivo 2021/2022 no ensino superior, mediante requisitos de boa qualificação para o acesso, num programa de apoio ao estudo com orçamento anual superior a milhão e meio de euros.
E recorda ainda que, nos últimos dois anos, integrou 5.500 novos trabalhadores, totalizando hoje 12.500 postos de trabalho diretos e 17 mil diretos e indiretos.