O primeiro-ministro acatou, o Presidente da República questionou e a Direção Geral da Saúde respondeu. Depois de ser anunciado que António Costa ia ficar em confinamento dez dias por ter estado em contacto com um membro de gabinete infetado, mesmo já tendo feito as duas doses da vacina e por decisão das autoridades de saúde, o Presidente pediu publicamente um esclarecimento, mostrando o seu incómodo com a forma como o anúncio foi feito.
“Há regras que têm que ser cumpridas, mas penso que se ganha em explicar aos portugueses a razão pela qual quem tem um certificado de vacinação completa há mais de um mês tem que cumprir as mesmas regras de quem ainda não se vacinou ou apenas se vacinou com a primeira dose”, afirmou.
Questionada pelo i, a DGS invoca o “princípio de precaução” e as normas em vigor: “Pelo princípio da precaução em Saúde Pública, no atual momento epidemiológico (…), as pessoas vacinadas são abordadas, no que diz respeito ao isolamento e testagem, respetivamente, da mesma forma que as pessoas não vacinadas.” A DGS adianta ainda que a matéria “se encontra em discussão e poderá ser atualizada com base na evolução da evidência científica e se a situação epidemiológica assim o suportar”.
Nos Estados Unidos, o Centro de Controlo de Prevenção em Doenças reviu a obrigação de quarentena após uma exposição assintomática de pessoas vacinadas integralmente em maio.
Já na Europa, o último parecer do Centro Europeu de Controlo de Doenças, de abril, é que pessoas com a vacinação completa devem continuar a ser abordadas com as regras comuns, admitindo contudo que as autoridades de saúde possam fazer uma análise de risco mais detalhada, considerando vacinados contactos de baixo risco independentemente do tipo de exposição, o que dispensaria o PM de quarentena.
Em ambos os casos, são orientações ainda anteriores ao avanço da variante delta, que se tem revelado mais transmissível que as anteriores.