O Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF está descontente com a extinção do serviço cujos profissionais sindicaliza e convocou uma greve total – entre as 00h00 e as 24h00 – e uma manifestação à porta do Parlamento no dia em vai ser vai ser debatido a extinção. Em cima da mesa está a proposta do Governo que pretende dissolver as competências do SEF pela GNR, PSP, PJ e SEA – o que, segundo o sindicato, “divide em parcelas informação crítica para a segurança do país e da União Europeia”, “politiza o acesso a dados que passarão a ser geridos por entidades administrativas” e “reforça a abordagem criminal à imigração, ao invés do que afirma na exposição de motivos”. Acácio Pereira, presidente do Sindicato, fala mesmo de “uma proposta de lei mal feita, com uma redação incompetente e reveladora de profunda ignorância sobre o que é a segurança interna”. Por fim, apela aos partidos da oposição para que “não deixem passar uma das piores leis que alguma vez foi apresentada à Assembleia da República”. Pelo menos, o Chega ouviu as suas preces.
Não é notícia que o Chega queira reverter a extinção do SEF. É, contudo, que tenha dado entrada a um projeto lei no Parlamento que altera dois pequenos pontos da Lei de Segurança Interna (LSI) mas que não toca na presença do SEF – ou seja, o projeto está, no fundo, a propor tacitamente a continuidade do serviço. Surge como resposta ao Governo que, entre outras mudanças – algumas delas acima mencionadas -, quer que a LSI exclua o SEF de “Serviço de segurança”. Na exposição de motivos, o deputado André Ventura classifica a “tentativa de extinção” como “uma falácia que desrespeita todos os profissionais” e diz que fazê-lo durante a Presidência Portuguesa da UE e a Pandemia é “desrespeitar todos os portugueses e uma tremenda irresponsabilidade”. Nunca referindo Ihor Homeniuk, Ventura aponta “erros” ao ministério e garante “não se poder permitir que um caso terrível defina todo um órgão e todos os seus profissionais”.