Autárquicas. Rui Tavares integra lista de Fernando Medina à câmara

Rui Tavares terá a pasta de vereador da Cultura, Ciência, Conhecimento e Direitos Humanos.

O PS e o Livre chegaram a acordo para concorrerem coligados à Câmara Municipal de Lisboa, nas eleições autárquicas, que contempla a integração de Rui Tavares no futuro executivo como vereador da Cultura, Ciência, Conhecimento e Direitos Humanos. “O Livre e o PS chegaram a acordo na cidade de Lisboa, formam a coligação “Mais Lisboa” e assinaram um acordo chamado “Novo Pacto Verde”, disse o porta-voz do Grupo de Contacto do Livre, Pedro Mendonça.
O responsável disse ainda que “o Livre está convicto de que a vereação” negociada com o PS “e que é a Cultura, Ciência, Conhecimento e Direitos Humanos, será uma boa vereação” para a cidade e também para Portugal, uma vez que “Lisboa irradia para o país”.

O acordo surgiu depois de “meses de negociações” e resulta de um “encontro de vontade para que Lisboa não ande para trás” e para combater desafios do futuro, como, por exemplo, as alterações climáticas — uma das principais causadas defendidas pelo Livre há vários anos. No entanto, Pedro Mendonça lembrou que o Livre não está a pisar um terreno desconhecido: “Há quatro anos integramos as listas do PS, através de um acordo, não de uma coligação formal, portanto, trabalhamos em algumas áreas com o PS de há quatro anos para cá”.

A campanha vai ser feita lado a lado entre atual presidente da autarquia, Fernando Medina, e historiador e membro fundador do Livre, Rui Tavares. O propósito vai ser mostrar que a “convergência de progressistas e a convergência à esquerda” são o que “o país necessita”.

O acordo de coligação prevê a “transição para novos modelos de trabalho, criando infraestruturas de apoio ao teletrabalho, nomeadamente através da criação ou adaptação de espaços públicos”, assim como o combate à discriminação “por orientação sexual ou por identidade de género passando a assinalar o mês de junho como o mês do orgulho LGBTQI+”.

Na habitação, PS e Livre comprometem-se a “promover formas alternativas de habitação, implementando um programa de apoio à criação de cooperativas de habitação”, que não podem contemplar “fins lucrativos e o programa deve prever apoios” da autarquia, por exemplo, através da cedência de edifícios ou terrenos públicos “em regime de usufruto ou garantias de crédito” para cooperativas de habitação de propriedade coletiva.

Já o pelouro da Cultura, Ciência, Conhecimento e Direitos Humanos, atribuído a Rui Tavares, terá como missão, entre outros, “criar um cheque-cultura para todos os jovens que cumpram 18 anos, a utilizar nos equipamentos culturais da cidade”, assim como “efetivar a criação do Conselho Municipal da Cultura”. Está ainda contemplado no acordo o compromisso de os dois partidos trabalharem “no sentido de tornar Lisboa uma cidade livre de sofrimento animal, dentro das competências legais do município na matéria”, referindo-se, por exemplo, à tauromaquia.

No âmbito da mobilidade, e a pensar na redução dos carros na cidade, o acordo prevê lançar um “desafio à Carris” para criar uma “rede de miniautocarros maiores que um táxi e menores que um autocarro, especialmente dedicados a este propósito, ‘Os Amarelinhos’ que complementem também a mobilidade de proximidade e de bairro fora dos horários de entrada e saída das escolas”.