O presidente do Chega, André Ventura, condenou este sábado “quais crimes que envolvam ataques contra a vida ou integridade física” e sublinhou que o partido de extrema-direita não defende o “ódio racial”. A posição de Ventura surge horas depois de o Diário de Notícias ter avançado que o autor de disparos contra uma família sueca – que a Polícia Judiciária (PJ) acredita ter tido motivações de ódio racial – pertence a uma lista do Chega que se candidatou a uma junta de freguesia do concelho de Moura.
“O Chega é completamente contra quaisquer crimes que envolvam atentados contra a vida humana e ataques contra a vida ou integridade física de terceiros", afirmou, acrescentado que o partido e os seus militantes e dirigentes “em nada advogam o ódio racial”, pelo que "ninguém pode atuar em nome do Chega com violência".
"Nada nos move contra as minorias. O que o Chega defende é que as minorias têm que cumprir as mesmas regras da maioria em Portugal e não têm cumprido", sublinhou.
André Ventura afirmou ainda que os valores do partido são "em torno da vida e da sua defesa e estruturalmente contra quaisquer ataques que envolvam o seu fim ou atentados à integridade física do ser humano".
"Para nós, a vida humana é sagrada", frisou.
Esta manhã, a PJ revelou que um homem foi detido por “fortes indícios da prática do crime de homicídio qualificado na forma tentada”, no concelho de Moura, sendo as vítimas um casal de cidadãos suecos e os sete filhos menores, com idades entre os onze anos e os três meses.
Segundo avançou o Diário de Notícias, citando fonte judicial, “o detido é um conhecido comerciante da região que fez parte da lista do Chega que se candidatou à Junta de Freguesia da Póvoa de S. Miguel”.
O crime ocorreu na tarde de 8 de outubro, quando as vítimas “viram o veículo de passageiros onde seguiam, adaptado a caravana, ser atingido com disparos de arma de fogo, agressão perpetrada na sequência de contenda ocorrida momentos antes, aparentemente determinada por ódio racial”.