Vereadora eleita pelo Chega em Moura abandona partido e passa a independente: “Não me revejo nas atitudes que tiveram comigo”

Cidália Figueira queixa-se de ter andando “sempre sozinha” e diz que durante a tomada de posse, em Santo Aleixo da Restauração, ninguém da bancada a cumprimentou, nem mesmo André Ventura. 

Cidália Figueira, cabeça de lista do Chega à Câmara Municipal de Moura e eleita vereadora nas eleições autárquicas de setembro, abandonou o partido e passou a independente. A notícia foi avançada pela Rádio Planície.

Cidália Figueira queixa-se de haver falta de interesse na sua “pessoa” e diz não se rever nas “atitudes” que tiveram consigo.

“Ao longo da campanha, acho que foi notório, não só por parte da população, como também da comunicação social, que eu a candidata, andava sempre sozinha, nas arruadas, chamemos-lhe assim. Tinha apenas um companheiro, que é o segundo da Assembleia Municipal, que se mantém na bancada do Chega. Era a única pessoa que me acompanhava, o Rui Rodrigues”, começou por dizer em declarações à rádio regional.

A vereadora diz que começaram a existir “divergências políticas” não só da parte dos candidatos como sobretudo da distrital, que foram “reportadas” a André Ventura, líder do partido. “Isso acabou também por interferir um pouco com o próprio André Ventura e o secretário-geral porque eu reportava sempre as questões que me desagradavam ao André Ventura. Nunca vi alterações nas atitudes dos candidatos, nem da distrital”, queixa-se.

Cidália Figueira destaca ainda que, na véspera da tomada de posse, Ventura admitiu que “tinha havido de facto alguns desentendimentos”, mas que seria colocado “um ponto final” na situação e que “após a tomada de posse, as coisas seriam sanadas e ia haver uma viragem para que houvesse união”.

Contudo, a vereadora diz que na tomada de posse ninguém da sua bancada a cumprimentou, incluindo André Ventura.

“Ninguém me cumprimentou da minha bancada, inclusivamente André Ventura. Ora as conclusões são fáceis de tirar. Vi que não houve qualquer interesse na minha pessoa e uma vez que isso aconteceu, decidi comunicar ao partido. Eu como candidata independente do Chega, não sou militante do partido, resolvi passar a vereadora independente inscrita. Embora me reveja na ideologia política do Chega, não me revejo nas atitudes que tiveram comigo”, rematou.

 Assim, o Chega para a ter 18 vereadores eleitos nas autárquicas, em vez de 19.