“Açores é um acordo regional, não tem nada a ver com a escala nacional”, diz Rui Rio sobre retirada de apoio do Chega ao Governo dos Açores

Quanto a acordos com o Chega no continente, o presidente do PSD reiterou que tem rejeitado quaisquer coligações com o partido de extrema-direita, visto que André Ventura só admite acordos com o partido no Governo. Para Rio, “há uma incompatibilidade”. 

O presidente do PSD disse que a retirada do apoio do Chega ao Governo Regional dos Açores "não tem nada a ver com a escala nacional" e que é "uma matéria que vai ser decidida pelas autoridades regionais", e reiterou que tem rejeitado todas as coligações com o Chega pré ou pós-eleitorais a nível nacional. 

Estas declarações foram proferidas, esta quarta-feira, no final da apresentação de um livro organizado pelo Conselho Estratégico Nacional do PSD sobre reforma fiscal, depois de André Ventura ter feito o anúncio de que o Chega Açores deixou de apoiar o Governo regional, terminando assim com o acordo de incidência parlamentar, como resposta às afirmações que Rui Rio disse no início da semana: abdicaria de formar um Governo se dependesse de um acordo com o Chega. 

“O que existe nos Açores é um acordo regional, não tem nada a ver com a escala nacional. Eu não me misturo nisso, é uma matéria que vai ser decidida pelas autoridades regionais”, afirmou.

Rio também adiantou que não estabeleceu nenhum contacto com o líder do Chega, mas apenas com o líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, que disse estar "apesar de tudo confiante" na resolução da crise. 

Quanto a acordos com o Chega no continente, o presidente do PSD reiterou que tem rejeitado quaisquer coligações com o partido de extrema-direita, visto que André Ventura só admite acordos com o partido no Governo. Para Rio, "há uma incompatibilidade". 

“A conclusão que posso tirar é que isto vai ter de se resolver nas eleições de 30 de janeiro: ou há uma concentração de voto no PSD, que é útil para a estabilidade do país, ou se houver uma grande fragmentação o país fica em situação de governabilidade difícil”, assinalou Rui Rio. 

Interrogado sobre se o Governo Regional dos Açores está perto de cair, Rio disse: “A informação que tenho é que não”.

Atualmente, a Assembleia Legislativa dos Açores é constituída por 57 deputados, dos quais 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do Chega, dois do PPM, dois do BE, uma da Iniciativa Liberal (IL) e um do PAN. Porém, PSD, CDS-PP e PPM tem um acordo de governação, representando assim 26 deputados. Esta coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD um acordo da mesma importância com o IL.

Caso o deputado único do Chega, José Pacheco, deixar de apoiar o executivo, este passa a contar com o apoio de 28 deputados, insuficiente para garantir maioria absoluta no hemiciclo (29).

Por outro lado, o deputado único da Iniciativa Liberal, Nuno Barata, disse, a 5 de novembro, que o seu sentido de voto não está fechado, mesmo depois de o Governo Regional ter reduzido o nível de endividamento previsto no Orçamento e no Plano para 2022, tal como tinha exigido o parlamentar.

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