A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apresentou as projeções económicas para Portugal e os números são animadores: preveem uma forte recuperação da economia portuguesa, com o produto interno bruto (PIB) a aumentar 14%, entre 2021 e 2023.
“A economia deverá crescer 4,8% em 2021, 5,8% em 2022 e 2,8% em 2023. O PIB deverá ultrapassar o nível pré-crise só à volta de meados de 2022. O crescimento robusto é sobretudo fomentado pela procura doméstica, e será acelerado pela absorção de fundos da UE”, lê-se nas previsões económicas divulgadas esta quarta-feira, onde a organização acrescenta que “o aumento atual nos custos de produção, guiado essencialmente pelos preços da energia, não deverá fomentar substancialmente as pressões subjacentes aos preços”.
Apesar de o valor para este ano estar em linha com as mais recentes previsões do Governo português, a estimativa da OCDE para o próximo ano é ainda mais otimista que a do Executivo, que aponta um crescimento de 5,5% no próximo ano.
Sobre os dados apresentados, o ministro das Finanças não tem dúvidas que “estas estimativas da OCDE agora conhecidas são um sinal claro da credibilidade que o país tem conquistado nos últimos anos e da confiança que as instituições internacionais depositam no desempenho da economia portuguesa”, defendeu João Leão. E acrescenta: “No próximo ano, estima-se que Portugal será o país da OCDE com a maior taxa de crescimento económico, superando em 1,6 pontos percentuais o nível de atividade económica verificado no pré-pandemia”.
Num vídeo enviado à comunicação social, João Leão diz que, face aos dados divulgados pela OCDE, Portugal vai retomar a “trajetória de convergência económica com a zona euro”, estimando-se que, até 2023, Portugal cresça até dois pontos percentuais acima da zona euro.
O governante disse ainda que o crescimento da economia estará assente numa “forte dinâmica do investimento, com um vigoroso crescimento de 8,1% já no próximo ano”.
E falou também do chumbo do Orçamento do Estado para o próximo ano, associando-o ao crescimento estimado pela OCDE. “Tudo isto reforça a nossa confiança de que a atual situação política de eleições antecipadas não coloca em causa o forte crescimento da economia portuguesa, desde que se assegurem condições de estabilidade e governabilidade”, concluiu.
Cuidado com o salário mínimo Além das previsões, a OCDE também deixou avisos e alertou que Portugal deveria evitar subidas rápidas do salário mínimo. “O Governo deveria evitar aumentos abruptos dos custos dos despedimentos, na medida em que isso poderia desencorajar a criação de empregos, e subidas rápidas do salário mínimo, uma vez que tal poderia reduzir as oportunidades laborais em particular para os trabalhadores pouco qualificados e contribuir para altos níveis de custos de trabalho, que são ineficientes, a longo prazo”, lê-se no relatório.