Para a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), não há dúvidas: «Assim que foram anunciadas novas regras sanitárias a 1 de dezembro tivemos, imediatamente, relatos de cancelamentos de jantares de grupo e de Natal». A garantia foi dada ao Nascer do SOL pela secretária geral da associação, Ana Jacinto, que diz ainda que «os fatores confiança e previsibilidade assumem um papel determinante e sempre que há regras mais restritivas, o efeito imediato é negativo».
E diz que esses efeitos assumem, nesta época de Natal e Ano Novo um impacto «ainda maior» porque «são quadras tradicionalmente importantes para ajudar as nossas empresas nos meses de inverno, em que tipicamente a procura é menor».
Já no que diz respeito à animação noturna, Ana Jacinto é clara: «Temos tido conhecimento de vários problemas relacionados com a dificuldade de acesso aos testes». E acrescenta: «Afastar as pessoas destes estabelecimentos irá ter como efeito o ressurgimento de festas em locais não controlados, com as óbvias consequências ao nível pandémico», alerta.
Nesse sentido, diz temer que «o problema se agrave nas próximas semanas, pelo que temos vindo a defender a disponibilização de centros de testagem, que consideramos essenciais para facilitar o acesso a estes estabelecimentos». Motivo que levou a AHRESP a solicitar a cooperação das autarquias e muitas acederam, tendo colocado estruturas para que a população possa fazer testes.
Face às restrições, a associação continua a defender os apoios urgentes, principalmente devido ao encerramento das atividades noturnas, por decreto, entre 2 e 9 de janeiro. «O Governo deve, assim, reforçar os apoios à tesouraria, de forma ágil, simples e direta, para que cheguem às empresas em tempo útil», diz Ana Jacinto.
Para já, a responsável diz que não espera que sejam tomadas novas medidas de restrição. «Nunca questionámos as restrições de caráter sanitário que são implementadas, apesar do impacto severo nas nossas atividades económicas», começa por dizer. E acrescenta: «Mas com mais de 90% da população vacinada, a situação hoje não é igual à do ano passado. Neste momento o que é necessário é aumentar a confiança e manter a responsabilidade individual e coletiva. E, por outro lado, disponibilizar mecanismos de compensação às empresas, que se encontram ainda muito fragilizadas».
E não tem dúvidas: «É fundamental que a atividade da restauração, similares e do alojamento turístico possa decorrer sem constrangimentos».