O Governo antecipou para esta terça-feira uma reunião do Conselho de Ministros para avaliar a situação epidemiológica e a necessidade de novas medidas. A decisão surge depois de vários países europeus terem apertado medidas no fim de semana. No domingo, André Peralta Santos, antigo diretor de serviços de informação e análise da DGS, recorreu às redes sociais para criticar a atual estratégia do Governo, que aponta até aqui para uma semana de mais restrições em janeiro mas já após o período das festas. “Estamos a cometer os mesmos erros do Natal passado”, escreveu o médico de saúde pública, atualmente a trabalhar nos EUA, no twitter, defendendo que mais medidas fossem implementadas já, como encerrar locais em que há risco de superdisseminação, como bares, discotecas e espectáculos, e limitar lotação de espaços públicos, com apoios aos setores afetados. Ao i, o pneumologista Filipe Froes considerou necessário acelerar o reforço da vacinação para abranger os mais vulneráveis, aumentar a testagem e restringir eventos de massa e limitações nos convívios, não propondo no entanto para já o encerramento de estabelecimentos.
No ano passado, a decisão do Governo foi apertar as regras no Ano Novo, com proibição de festas públicas e recolher obrigatório a partir das 23 horas, um cenário no entanto que se colocou com o país em estado de emergência. Com situação de calamidade o Governo já determinou noutras ocasiões restrições de horários. Este ano, várias autarquias anunciaram já o cancelamento de festas públicas de fim de ano e espetáculos de fogo de artifício, uma das medidas que poderá ser decretada, a par do aumento de testes gratuitos comparticipados pelo Estado, já referido nos últimos dias pelo Governo.