“O PS ambicionando uma maioria absoluta juntamente com o Presidente da República conduziu o país a eleições precipitadas”. Foi desta forma que Jerónimo de Sousa reagiu à pesada derrota do partido comunista, deixando o PEV – com quem tinha coligação – de ter representação no Parlamento. Também o histórico António Filipe não foi eleito por Santarém – entrou na Assembleia da República em 1989, sendo um dos seus deputados mais antigos e com mais destaque no Parlamento – a CDU também ficou sem representação parlamentar que tinha pelo distrito de Évora, deixando o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, fora do Parlamento. Até aqui líder parlamentar do partido foi um dos dois dirigentes que substituiu o secretário-geral do PCP durante a campanha depois de Jerónimo de Sousa ter sido operado.
“O resultado obtido pela CDU traduz uma quebra eleitoral com significativas perdas de deputados, inclusive a representação institucional do PEV”, afirmou.
É certo que o partido foi fortemente penalizado, com a perda de vários deputados, caindo para metade, depois de ter obtido 10 nas últimas eleições, em 2019, levando a admitir que se trata de “um quadro de retrocesso eleitoral”.
Ainda assim, o líder comunista garante que António Costa tem “na mão opção de fazer entendimentos com PSD ou convergir à esquerda com CDU”, garantindo que este resultado deriva da “bipolarização” que “beneficiou o PS apesar da postura de fuga”. Quanto a uma possível saída da liderança do partido, Jerónimo de Sousa disse apenas: “As vitórias nunca nos descansam, as derrotas nunca nos tomba”.
{relacionados}