Augusto Santos Silva diz que Portugal não vai sentir grandes consequências com o possível corte do gás russo na Europa

Na sequência das últimas notícias sobre as ameaças russas de corte de gás natural à Europa, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse que Portugal não irá sofrer grandes consequências, uma vez que o país é “cada vez menos dependente de energia fóssil” e importa gás e petróleo de vários países de outros continentes. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, esclareceu, esta terça-feira, que Portugal não está muito exposto às interrupções de fornecimento de petróleo e gás russo, sendo que o impacto no país deverá ser "muito baixo". 

Na sequência das últimas notícias sobre as ameaças russas de corte de gás natural à Europa, Augusto Santos Silva disse que Portugal não irá sofrer grandes consequências, uma vez que o país é "cada vez menos dependente de energia fóssil" e importa gás e petróleo de vários países de outros continentes. 

“Nós fomos fazendo o nosso trabalho no sentido de tornar Portugal cada vez menos dependente de energia fóssil”, afirmou o ministro, explicando que, neste momento, “60% da energia elétrica”, por exemplo, “já decorre de fontes renováveis de energia, produzidas localmente”.

Note-se que, depois de a Europa sancionar a Rússia, Moscovo ameaçou, pela primeira vez, na segunda-feira, retaliar com o corte do gás natural para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1.

Quanto ao gás e ao petróleo, que Portugal não produz, estes são importados de “um conjunto diversificado de países, nomeadamente das Américas, África e da Europa”. “Em resultado dessa diversificação, a nossa exposição ao gás e ao petróleo russo é muito baixa. Aliás, a companhia que importa petróleo da Rússia já declarou que vai cessar essas importações”, destacou o governante, que, neste caso, estaria a referir-se à Shell, que já anunciou hoje que vai deixar de adquirir gás e petróleo russo e fechar os postos de abastecimento no país. Num comunicado, a empresa britânica também se desculpou por ter adquirido matéria-prima russa após a invasão da Ucrânia.

Não obstante, vincou o governante, Portugal “faz parte de uma União Europeia que é muito dependente e dentro da União Europeia procuramos fazer valer a mesma estratégia”, ou seja, “diversificar quer as fontes quer as rotas de fornecimento de energia”, matéria que estará em cima da mesa no próximo Conselho Europeu, a realizar-se na próxima quinta e sexta-feira.

{relacionados}