O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, esta quinta-feira após a reunião da NATO em Bruxelas, que a invasão russa à Ucrânia serviu para mostrar que a NATO "não só está bem viva, como reforçou significativamente os seus laços transatlânticos”, tendo-se unido "a uma só voz perante a Rússia".
Para o líder português, o Presidente russo, Vladimir Putin, já sofreu duas derrotas desde o dia 24 de fevereiro – precisamente há um mês -, quando decidiu invadir militarmente a Ucrânia.
"A primeira derrota que Putin teve foi a extraordinária capacidade de resistência dos ucranianos, que revelaram uma grande unidade nacional. A segunda derrota que Putin teve foi dar uma segunda vida à NATO", apontou António Costa.
“Se há dois anos, alguns até diziam que a NATO tinha atingido uma situação de morte cerebral, hoje vê-se que a NATO não só está bem viva, como reforçou significativamente os seus laços transatlânticos”, sublinhou o chefe do Governo, ao notar que este era um momento "decisivo" para a NATO se "mostrar forte". “Aqui está a NATO forte, unida e a falar a uma só voz perante a Rússia", assinalou.
O primeiro-ministro também realçou o papel dos Estados Unidos na contribuição "muito relevante" para o abastecimento de gás na Europa, para largar de uma vez as amarras que construiu com o gás russo.
Para Costa, “a grande solução está na aposta das energias renováveis", um setor onde Portugal "pode dar um contributo extraordinário para reforçar a autonomia energética da Europa", no entanto, este continente precisa de "diversificar as fontes de abastecimento de gás" a curto prazo, e para tal, "os Estados Unidos podem ter um contributo muito relevante”.
O chefe do Governo português ainda reforçou o "apoio total" da NATO à Ucrânia, que quer passar uma “mensagem clara” de que o território da Aliança Atlântica será defendido de qualquer tipo de ofensiva.
"A presença das forças da NATO no flanco leste europeu é um aviso para Putin, que terá de pensar melhor se via na Ucrânia uma espécie de balão de ensaio para o que pretendia vir a fazer", notou Costa, ao expressar a sua solidariedade para com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky: "Presidente ucraniano está debaixo de fogo, enquanto nós estamos no conforto de Bruxelas. A NATO é uma aliança defensiva, mas vamos ajudando como podemos".
António Costa fez questão de vincar a presença de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, na cimeira da Aliança Atlântica, descrevendo-a como um “excelente sinal de que é inequívoca a vontade” da NATO e da União Europeia em trabalharem juntos.
Uma união que é tanto essencial "do ponto de vista da defesa” a nível militar, como “à escala global”, sublinhou o primeiro-ministro, realçando que os EUA poderão assegurar as linhas de abastecimento energético e “resolver um problema central” ligado à segurança energética.