Depois de ter sido afastada do Instagram e recuperado o acesso à conta oficial, no passado mês de janeiro, Francisca de Magalhães Barros voltou a recorrer a uma conta secundária para não interromper o trabalho que tem levado a cabo. "Basicamente, por ter sido alvo de ameaça de uma nova ordem mundial – e ter publicado essa mesma ameaça – para não defender mulheres violadas, vítimas de violência doméstica, racismo e outros crimes, perdi o acesso à conta", explica, em declarações ao Nascer do SOL, a também cronista e pintora.
"Espero continuar a receber todas as denúncias na nova conta. Tanto de violação, violência doméstica e, resumidamente, tudo aquilo que viola os direitos humanos", relata a jovem que pode ser contactada através da conta @franciscadembarros. "A verdade é que tive um trabalho enorme para organizar de forma coerente o meu Instagram como plataforma de ajuda, empoderamento e de fazer ouvir vozes e situações. Hoje podia estar muito chateada. Relativizando. Não estou. Paz. A luta pelos direitos humanos continua", escreveu numa publicação veiculada a 22 de março, tendo obtido de imediato o apoio de figuras públicas que acompanham o seu trabalho.
A título de exemplo, a 23 de março, Nuno Markl partilhou o seguinte texto numa publicação do Instagram: "A ativista Francisca de Magalhães Barros foi outra vez bloqueada pelo Instagram. Aparentemente por expor uma das muitas mensagens de ódio misógino e racial com que é bombardeada por fazer um trabalho nobre e com resultados em prol das vítimas. Republiquei a mensagem que lhe enviaram, para que se veja que isto existe. Risquei algumas partes para que os polícias bots não particularmente inteligentes do Instagram não me censurem a mim também, mas acho que se percebe os ninhos de vespas que vão grassando e fazendo estragos nesta rede", redigiu, referindo-se a comentários como "Otária de merda, andas a defender as coitadinhas que devem levar nos cornos".
Para além do humorista e também locutor, Francisca contou com o apoio dos atores Jessica Athayde, André Nunes, Sofia Arruda e Melânia Gomes e da artista Joana Alegre, sendo que o seu trabalho tem alcançado um elevado número de pessoas por meio das redes sociais. A ativista é responsável pelo alerta para casos como o de bullying sofrido por Luís Santiago, de apenas 12 anos, ou de três idosos que residiam sozinhos em Loures e não tinham capacidade financeira para comprar comida ou medicamentos. Mais recentemente, iniciou a angariação de fundos "Juntos pela PAZ! Conflito armado na Ucrânia!", juntamente com a Amnistia Internacional, para ajudar aqueles que mais têm sofrido desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.