O número de crianças ucranianas matriculadas nas escolas portuguesas passou ontem a barreira das 2 mil, indicou ao ao i o Ministério da Educação. Eram ao final do dia 2002 crianças inscritas no ensino português, mais 142 do que no balanço do dia anterior, os números que tinham sido apresentados pela manhã pelo ministro da Educação no Luxemburgo, onde participou num Conselho de Ministros da Educação da União Europeia.
Na primeira viagem ao estrangeiro como titular da pasta, João Costa sublinhou que, além de integrar as crianças ucranianas nesta fase numa perspetiva de desenvolvimento de competências linguísticas e relacionamento com colegas das suas faixas etárias, há em paralelo nas escolas uma preocupação com os alunos russos “que estão no sistema educativo português e que não são responsáveis por aquilo que o Presidente do seu país [Vladimir Putin] promove”.
João Costa aproveitou a ocasião para defender o papel das escolas como “laboratório de democracia e uma oficina de paz. Ou seja, se nas escolas não conseguirmos isso, não vamos conseguir em mais lado nenhum”, declarou.
Relativamente às crianças ucranianas que estão a ser integradas no sistema educativo português, João Costa alertou ainda para a necessidade de “trabalhar muito as competências sociais e emocionais dos alunos”, pois “vêm num contexto de trauma, num contexto de guerra, e, portanto, a prioridade é promover o seu bem-estar, e a sua integração com os seus colegas”.
Estão a ser disponibilizados dois tipos de ofertas educativas às crianças portuguesas: os alunos e famílias que o desejem poderão ser integradas no currículo português e, por outro lado, está a ser trabalhada a hipótese de acompanharem o currículo ucraniano, com serviços de educação à distância assegurado pelo Governo ucraniano, explicou ainda o ministro da Educação._“Aquilo que temos de trabalhar é a compatibilização entre estas duas vontades”, afirmou. João Costa adiantou ainda que está também a ser agilizada a integração de escolas de crianças que cheguem ao país sem documentos, como já tinha acontecido no acolhimento de refugiados sírios.