Esta semana, por várias razões, não consumi tanta informação sobre a Guerra da Ucrânia como costumo fazer, pois desde o início da Guerra que se tornou hábito adormecer e acordar a ver o pesadelo que aquele povo está a sofrer. Tem havido reportagens que me deixam revoltado, vendo tantos inocentes, velhos e crianças vítimas de uma invasão de um facínora como Putin.
Um monstro, à semelhança de outros como Ratko Mladic, Radovan Karadzic ou Slobodan Milosevic, que, ainda assim, não merece a condenação de alguns. Mas por aqui podemos perceber como determinados partidos sempre escreveram a história à sua maneira, desprezando a verdade, e dando como certo o seu fanatismo ideológico.
Já se sabe que os extremos, sejam de esquerda ou de direita, só olham para um dos lados dos factos. Veja-se o que se passou recentemente com o debate da descolonização, em que nos era exigido que pedíssemos desculpa por existirmos, mas sem nunca se falar das atrocidades cometidas por aqueles que ficaram no poder e levaram os seus países para longas guerras civis – tendo matado milhares de pessoas a seguir ao 25 de Abril, muitas delas portuguesas.
Ainda há dias assistia na televisão a uma entrevista, feita por uma jornalista que aprecio, verdadeiramente surpreendente. Enquanto entrevistava um luso-angolano que teve de abandonar Angola aos 9 anos, devido à crise de 27 de maio de 1977 – tendo a mãe fugido para a África do Sul – onde milhares de angolanos foram torturados, fuzilados ou colocados em campos de concentração, a jornalista insistia no racismo que o entrevistado encontrou à chegada a Portugal.
Não é que não se deva falar do racismo e foi surpreendente para mim perceber que a vida de Blessing Lumueno, treinador de futebol luso-angolano, mudou bastante a partir do momento que conseguiu a nacionalidade portuguesa, mas não se pode querer só dar um lado da história. Ainda para mais, a figura entrevistada tem defendido que o racismo tem diminuído muito em Portugal. Ainda haverá o dia em que se falará da descolonização com os excessos cometidos de ambos os lados. Mas, como sabemos, a extrema-esquerda em Portugal só quer ver um dos lados. Enfim.
Mas voltemos à guerra da Ucrânia. Queixam-se algumas figuras, e não são necessariamente comunistas, de que caminhamos no sentido do pensamento único sobre a invasão russa. Mas onde é que isso é verdade? Será que precisam de ir ao oftalmologista? Não veem as televisões sempre com o cuidado de levarem comentadores afetos a Putin, ou que pelo menos que não concordam que a Ucrânia está a ser vítima de uma invasão?
Quer o PCP, como todos os seus aliados de pensamento nesta Guerra têm mais do que espaço em todos os meios de comunicação social. E é assim que deve ser, como é óbvio. É que, como sabemos, também é óbvio que se fossem eles a mandar é que existia mesmo o pensamento único, e a censura estaria de regresso.
Quantos anos foram precisos passar, por exemplo, para o comum dos mortais começar a saber, com factos, as atrocidades cometidas na União Soviética? No que a esta questão diz respeito, acho mesmo que o livro O Fim do Homem Soviético devia de ser obrigatório no secundário.
À semelhança do que se fala do Holocausto ou dos atropelos americanos em várias nações. Aqueles que tanto diabolizam os EUA sabem bem que até Hollywood, com muita frequência, retrata os crimes americanos. É a diferença entre aqueles que amam a liberdade e os que sonham com um mundo onde o Estado decide o que pensamos ou fazemos.