Embaixadora da Ucrânia em Portugal acusa Putin de mentir e desinformar

Na ótica de Inna Ohnivets, Putin usou o discurso do Dia da Vitória para justificar a invasão da Ucrânia com a “probabilidade de ataque da parte da NATO” e de “ocupação de territórios históricos russos” pelos ucranianos.

A embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, acusou, esta segunda-feira, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, de mentir e desinformar as pessoas através do seu discurso do Dia da Vitória, celebrado hoje dia 9 de maio.

"Putin, como sempre, usa a mentira e espalha a desinformação", frisou a embaixador ucraniana aos jornalistas durante as comemorações em Portugal do Dia da Europa, realizadas em Évora.

Na ótica de Inna Ohnivets, Putin usou o discurso do Dia da Vitória para justificar a invasão da Ucrânia com a “probabilidade de ataque da parte da NATO" e de "ocupação de territórios históricos russos" pelos ucranianos.

"Mas isso não é verdade, porque o território da Ucrânia é o território do nosso povo, não do povo russo. Os verdadeiros donos da nossa terra são os ucranianos", vincou, ao acrescentar que a Rússia "não parou os bombardeamentos na Ucrânia" e "não os quer cessar", porque "quer matar os ucranianos".

Quanto à iminente adesão da Ucrânia à União Europeia, Inna Ohnivets considerou que, caso se avance com o processo, vai significar "uma vitória para a perspetiva europeia" da Ucrânia e "simbolizar que a Rússia fracassou na sua decisão de impedir a Ucrânia de entrar na União Europeia".

Putin disse que a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, foi uma "resposta preventiva" à ameaça da NATO e do Ocidente contra Moscovo. Perante esta situação, o país tinha de avançar com uma “medida necessária”, sendo esta a “única possível”.

"Vemos como se mobilizaram as infraestruturas militares, como centenas de especialistas estrangeiros trabalharam na Ucrânia e como os estavam a abastecer com armamento da Aliança Atlântica", apontou o líder russo.

Putin ainda afirmou que, em dezembro de 2021, a Rússia apelou ao Ocidente para um "diálogo sincero", de modo a "procurar soluções razoáveis e compromissos para o bem comum", mas que os países da NATO não quiseram ouvir.

"Significava que, de facto, tinham planos completamente diferentes", argumentou o Presidente russo.

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