O PSD afirmou, esta sexta-feira, que vai tentar – até mesmo por vias jurídicas – reverter a proposta aprovada pela oposição na Câmara de Lisboa que impõem as mudanças no trânsito na capital, como reduzir a velocidade máxima permitida e proibir a circulação automóvel na Avenida da Liberdade aos domingos e feriados.
Num comunicado publicado nas redes sociais, o PSD de Lisboa diz que "a maioria de esquerda na Câmara Municipal de Lisboa impôs a sua vontade” sem que tenha havido "consulta pública às populações, sem auscultar os comerciantes, os agentes culturais ou as juntas de freguesia".
"O PSD Lisboa tudo irá fazer para tentar encontrar uma solução que vá ao encontro dos anseios e necessidades da população, incluindo sob o ponto de vista jurídico, atendendo à ausência da prévia consulta pública e da inexistência de pareceres e estudos dos serviços, que poderá, eventualmente, reverter a decisão", sublinha na nota publicada na página do Facebook da concelhia do partido, liderada pelo presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton.
Na ótica dos sociais-democratas, os vereadores que aprovaram a proposta apresentada pelo Livre decidiram avançar com "a sua vontade, porque sim, com tiques ditatoriais, que em nada se coadunam com a forma democrática como as decisões devem ser tomadas, com as pessoas e para as pessoas".
"Uma forma pouco pensada ou lúcida de proteger o ambiente, precisamente aos domingos e feriados, quando o fluxo de trânsito é muito menor, mas o impacto no comércio e nas atividades culturais será muito grande", considera o partido que governa sem maioria a Câmara Municipal de Lisboa, com o Presidente Carlos Moedas.
O PSD de Lisboa ainda acusou a oposição de não ter "foco ou preocupações económicas, culturais e sociais", ao desconsiderar o facto de que "o país está a sair de dois anos de pandemia" e a sofrer "o impacto de uma guerra no leste da Europa".
Para Carlos Moedas, o caminho da sustentabilidade da cidade tem de ser feito com as pessoas e os comerciantes da Avenida da Liberdade "não merecem" o que foi decidido "numa altura de recuperação económica", depois de dois anos "a sofrer por causa da pandemia".
"Não merecem que de repente haja uma decisão unilateral dos vereadores da oposição", reiterou, em declarações aos jornalistas, ao sublinhar que foi a coligação Novos Tempos que ganhou as eleições, algo que, segundo Moedas, "a oposição ainda não percebeu".
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