No final do ano passado, havia um total de 5,41 milhões de automóveis ligeiros de passageiros com matrícula portuguesa mais 2% do que em 2020. Deste total, 25% (1,35 milhões) têm 20 anos. Os dados foram revelados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Logo a seguir e com um peso de 19,5% (mais de um milhão) têm idades entre 10 a 15 anos. Por seu lado, os carros até um ano não chegam aos 139 mil (equivalente a 2,6%).
Em entrevista ao i, Helder Pedro, secretário-geral da ACAP já tinha admitido que “o envelhecimento do parque automóvel é um problema que temos” e lembrou que a média de idade dos ligeiros de passageiros “está acima dos 10 anos, que é o limite que se considera para um parque ser considerado em condições, seguro e ambientalmente correto. Se não houver renovação do parque e se entrarem carros no mercado nacional com quatro ou cinco anos vai envelhecer ainda mais”.
No caso dos ligeiros de mercadorias, que totalizavam 1,15 milhões, em que a idade média era de 15,3 anos, sendo que destes 382 296 dos veículos contavam com mais de 20 anos e nos pesados de passageiros, com uma idade média de 14,9 anos, de um total de 17 300 veículos, 4346 tinham mais de 20 anos.
Por sua vez, os pesados e tratores de mercadorias (135 mil) contavam com uma idade média de 15,6 anos, com 45 973 a terem mais de 20 anos, e no caso dos quadriciclos e triciclos (37 500), 21 613 tinham mais de 10 anos.
Já os motociclos, com mais de 50 cm3, totalizavam 363 mil com uma idade média de 7,6 anos.
A ACAP revelou ainda que, no final de 2021, a Renault, com 678 602, liderava no que diz respeito a número de veículos ligeiros de passageiros registados em Portugal, com uma quota de 12,5%, seguida da Peugeot, com 487 491 (9%), e da Volkswagen, com 451 148 (8,3%).
Face a estes números, o responsável tem vindo a defender o regresso do incentivo ao abate. Uma medida que até à data não tem tido recetividade por parte do Governo, ao contrário do que aconteceu com outros países europeus. “O que os outros países fizeram foi criar estímulos, nomeadamente o incentivo ao abate de veículos em fim de vida e outro tipo de medidas como incentivos para a renovação do parque automóvel, aproveitando esta crise não só para reduzir as emissões como também para estimular a procura por veículos novos, de baixas emissões ou de emissões zero”.