“A Europa revelou uma vulnerabilidade grande do ponto de vista energético e Portugal tem condições únicas para ser uma plataforma de fornecimento de energia à Europa”. A garantia foi dada por António Costa, referindo-se ao abastecimento de gás natural a partir do porto de Sines. Aliás, este foi um dos assuntos em cima da mesa entre o primeiro-ministro e o chanceler alemão, Olaf Scholz, não adiantando, no entanto, qual foi a recetividade da ideia.
Tal como o Nascer do SOL já avançou, o Governo está a trabalhar na construção de uma solução de abastecimento de gás natural liquefeito (LNG) ao Norte da Europa, por forma a permitir uma alternativa de fornecimento de energia a países.
O projeto, designado Frente Atlântica da Europa foi apresentado pelo ministro da Economia, António Costa Silva, ao primeiro-ministro, António Costa, e este aprovou-o imediatamente, dando instruções para o antigo presidente da Partex e, portanto, especialista em mercado de matérias-primas energéticas, desenvolver todos os esforços para a sua implementação.Segundo o primeiro-ministro, durante um jantar realizado no domingo à noite teve uma “conversa muito longa” com Scholz sobre as “relações bilaterais” entre Portugal e a Alemanha, mas também “sobre a situação na Europa” e como é que os dois países “podem cooperar em conjunto”.
E acrescentou: “A Europa revelou uma vulnerabilidade grande do ponto de vista energético e Portugal tem condições únicas para ser uma plataforma de fornecimento de energia à Europa”. Questionado se a Alemanha quer receber o gás natural reexportado por Portugal, Costa respondeu: “Não. A Alemanha precisa de gás, ponto. Se ele vier também do porto de Sines, excelente, mas do que precisa basicamente é de gás”, afirmando ainda que “esta é mais uma oferta que ajuda a Alemanha, mas não só a Alemanha, ajuda a Polónia, ajuda os países do Leste europeu que estão altamente dependentes até agora do fornecimento de gás russo e que estamos todos numa luta contrarrelógio para aumentar essa independência do conjunto da Europa relativamente ao gás russo”.
Outras vantagens Já esta segunda-feira, António Costa voltou a defender que Portugal tem uma “localização extraordinária para quem quer produzir para o resto do mundo”, salientando que o país está “à menor distância de todos os outros continentes”.
E frisou “aquilo que oferece hoje vantagens competitivas a Portugal são vários fatores”, começando por destacar “a excelência” do talento português e dos seus recursos humanos, mas também o facto de a Comissão Europeia considerar que Portugal é o país que “está em melhores condições de assegurar a transição energética”.
António Costa referiu ainda que Portugal tem hoje “centros de investigação científica, universidades, politécnicos a trabalhar muito fortemente com as empresas naquilo que é o seu esforço de automação, de eficiência energética”.Outra vantagem competitiva destacada pelo governante foi o facto de Portugal ser “o quarto país mais seguro do mundo e com uma localização extraordinária para quem produzir para o resto do mundo”.