Há guerras ideológicas? Parece que sim, e que no fundo serão todas. Sobretudo as mais actuais.
Por exemplo, na de Putin (resistimos a achar que é da Rússia, por os russos, mesmo quando não o entendem, que é quase sempre, serem os principais prejudicados na sua imensa pobreza) contra a Ucrânia isso é por demais evidente. De um lado, com Putin, estão os partidos de direita autoritária e radical e os PCPs desta vida (que não querem reconhecer quem é o grande responsável desta guerra, e preferem até falar da responsabilidade de outras), todos os que defendem alguma forma de autoritarismo contra a democracia (mesmo que alguns tenham sido levados a mudarem de posição); do outro dado, com a Ucrânia, estão os democratas, de esquerda e de direita.
Os da direita autoritária e radical, apesar de todo o dinheiro russo que Putin lhes entregou, e apesar de não serem recebidos por Zelenskii, acabaram por abandonar Putin, pressionados pelos eleitorados (a que ainda dão importância). E aí temos os seus dirigentes, sempre prontos a mudarem de opinião, se isso lhes valer mais uns votos.
Para Putin e os seus, todas as guerras são boas: as directas contra Estados supostamente mais fracos, as alimentares, as energéticas, enfim, todas. No Ocidente, parece não haver ainda quem entenda que eles se acharem que não perdem, prosseguem sempre. E que qualquer cedência a Putin pode parecer paz, mas será o oposto. Cá em Portugal, para o entender bem, basta ver o que quer o PCP – ou seja, parece impossível.