Mais de 30% dos proprietários teme a possibilidade de um congelamento administrativo das rendas, devido à subida da inflação, de acordo com um estudo da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP).
De acordo com o estudo realizado, se 36% dos inquiridos assinala que o seu maior receio para 2023 é a manutenção do congelamento das rendas nos contratos anteriores a 1990, outro terço dos inquiridos (34%) teme a possibilidade de um congelamento administrativo pelo Governo de todas as rendas devido à subida da inflação.
Adicionalmente, os dados recolhidos mostram que “quase dois terços dos proprietários suportam rendas antigas congeladas”, enquanto a esmagadora maioria (97,9%) não acredita que o Governo irá ter a coragem política necessária para acabar com o fenómeno que perdura há mais de um século nos contratos de arrendamento celebrados anteriormente a 1990”, apontou a ALP.
E face a este cenário, a associação defende que “os proprietários precisam de um sinal claro e concreto do Governo de que é seguro investir no arrendamento em Portugal, porque têm legitimamente desconfiança”.
Os proprietários antecipam ainda que, até ao final de 2022, haverá menos imóveis disponíveis, rendas mais caras, e uma adesão marginal dos donos dos imóveis aos programas de arrendamento acessível e aos seguros de perda de rendas. E que os maiores receios prendem-se com o aumento da carga fiscal sobre a propriedade imobiliária (69,7% das respostas), maior morosidade nos processos de despejo por incumprimento (47,7% dos inquiridos), emergindo também o receio de uma fixação administrativa pelo Estado de valores de renda (mais de 45%).