O PCP acusou o Governo de fugir à taxação de lucros extraordinários dos grupos económicos do setor da energia, “refugiando-se em decisões da União Europeia”, e afirmou que “não se conforma” perante a maioria absoluta dos socialistas.
De acordo com Vasco Cardoso, o partido “não desistirá dessa luta, dessa batalha, pela taxação dos lucros excessivos que os grupos económicos da energia têm tido no nosso país. Essa fuga do PS em relação à necessária taxação desses lucros, refugiando-se em decisões da União Europeia, mais não é do que a convergência com os interesses dos grupos económicos em detrimento da defesa dos interesses nacionais”.
Para os comunistas, impõem-se medidas de curto prazo, entre elas, “a regulação dos preços, redução do IVA nos bens de energia elétrica e gás [6%] e, simultaneamente, a taxação dos lucros que têm vindo a ser alcançados de forma indevida e que estão na base da especulação”.
De acordo com o responsável, “a recusa do governo na taxação desses lucros coloca objetivamente o governo ao lado dos interesses dos grupos económicos e contra os interesses do país, dos trabalhadores e do povo”.
Entre outras medidas está também a exigência de uma “mudança estrutural no Mercado Ibérico (eletricidade) pondo fim à regra marginalista em vigor” e “colocar em estado de prontidão a refinaria de Matosinhos, bem como as centrais térmicas entretanto encerradas”, face à instabilidade e dificuldades de abastecimento.