O PS e o PAN querem criar um regime de ação climática nos Açores, para que o arquipélago atinja a neutralidade carbónica até 2045 e uma taxa de produção de renováveis de 80% em 2035.
No Parlamento regional em Ponta Delgada, esta terça-feira, o deputado socialista Vílson Ponte Gomes defendeu que aquele regime fixa “metas ambiciosas” e “objetivos concretos” para o “combate” às alterações climáticas.
No decreto legislativo regional, que já foi entregue na Assembleia Legislativa, lê-se que a “Região Autónoma dos Açores deve alcançar a neutralidade climática até 2045, o que se traduz num balanço neutro entre as emissões de gases com efeito de estufa e o sequestro destes gases pelos diversos sumidouros”.
A iniciativa estabelece igualmente que os “instrumentos de planeamento devem prever um cenário de antecipação da meta da neutralidade climática até 2040” e que o Governo dos Açores pode “estabelecer metas intercalares e setoriais de redução de emissões de gases”.
Neste regime da ação climática para os Açores, estão ainda fixadas “metas de produção” de energia a “partir de fontes renováveis”: de 55% em 2025, de 70% em 2030 e de 80% em 2035.
Vílson Ponte Gomes considerou que “o desafio é grande”. “Todos temos essa noção, mas a nossa confiança também o é. Não estamos com rodeios. O nosso projeto de decreto legislativo regional é ambicioso, mas assim também deve ser a ambição do Governo dos Açores”, sublinhou o socialista.
A proposta pretende ainda a “descarbonização do parque rodoviário” da região, defendendo que a utilização de “veículos ligeiros elétricos ou movidos a gases renováveis ou outros combustíveis que não emitam gases com efeito de estufa” deve atingir os 5% em 2025, os 10% em 2030, os 25% em 2035 e os 50% em 2040.