O presidente do PSD defendeu na quinta-feira a aplicação de uma taxa máxima de IRS de 15% para jovens até aos 35 anos e carreiras mais atrativas na administração pública.
Na abertura da conferência Em Nome do Futuro: Os desafios da Juventude, Luís Montenegro reconheceu que o país atravessa um “momento muito duro para muita gente”, defendendo que para reter jovens qualificados em Portugal é necessário “ousar” e “ter coragem de ter políticas arrojadas do ponto de vista fiscal”.
“Um dos compromissos que tenho, e que consumaremos agora brevemente até porque vamos ter a discussão do Orçamento do Estado, é que em Portugal os jovens até aos 35 anos tenham uma taxa de IRS máxima de 15%”, referiu o social-democrata.
Esta medida, que consta na moção de estratégia que levou ao último congresso do partido, está a ser desenhada “garantindo a progressividade, garantindo que os mais altos rendimentos fiquem fora, nomeadamente o último escalão de IRS fique da aplicação de uma medida desta envergadura”.
Segundo Montenegro, esta medida terá um “impacto muito grande nos que estão a começar a sua vida ativa” e é estratégica “para fixar, reter aquilo que são as necessidades da economia, da sociedade, para ser competitiva e para ser produtiva nos próximo anos”.
Na sua intervenção, o líder do PSD considerou também que, no que toca aos salários e à progressão nas carreiras, a administração pública deve dar o exemplo para ser apelativa para os jovens. E apontou que “um jovem licenciado hoje que vá para a administração pública, quadro superior, começa por ganhar remuneração muito pouco acima do salário mínimo nacional” e a sua “perspetiva de progressão na carreira é muito limitada, alertando que essa “não é propriamente a forma mais atrativa de ir buscar os melhores”.
“É urgente que na administração pública haja uma gestão de recursos humanos que possa identificar as redundâncias, os sítios onde eventualmente há recursos alocados que têm pouca rentabilidade, no sentido positivo desse termo e ao mesmo tempo saber onde estão as principais lacunas, e já sabemos algumas”, sublinhou.
O social-democrata frisou ainda que “é preciso ter um desenvolvimento económico que não pode passar por crescimentos anémicos”, sendo necessária uma “economia mais geradora de riqueza” pois “só isso vai permitir bons salários para fixar pessoas”.