Figuras pró-Kremlin elogiaram a grande série de ataques russos, que aconteceram esta segunda-feira em várias cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev, e pedem ao Presidente Vladimir Putin para manter a intensidade da ação militar.
Os elogios partiram dos comentadores nacionalistas russos e correspondentes de guerra dos media estatais, que há muito esperavam por uma resposta à contra-ofensiva ucraniana que decorreu nas últimas semanas, tendo sido o ataque à ponte entre a Rússia e a Crimeia a gota de água para avançar com os bombardeamentos de ontem, que provocaram a morte de pelo menos 19 pessoas e mais de 100 feridos.
Para certos comentadores, Moscovo deve manter a intensidade dos ataques de segunda-feira, já outros defenderam que Putin está a tomar uma posição branda quanto ao conflito ucraniano.
Há várias semanas que os apoiantes de Putin pediam medidas mais drásticas no campo de batalha na Ucrânia e parece que o ataque à ponte foi o empurrão que faltava para a Rússia encetar vários ataques a infraestruturas de energia, militares e de comunicação, como afirmou o líder russo.
Quando a ponte foi atingida, a diretora da televisão russa RT, financiada pelo Estado, chegou mesmo a perguntar, nas redes sociais, qual deveria ser a resposta de Moscovo ao ataque.
Alexander Kots, correspondente de guerra do jornal tablóide pró-Kremlin Komsomolskaya Pravda, defendeu no seu órgão de comunicação que “este é um daqueles casos em que o país precisa de mostrar que nos podemos vingar".
A resposta de Putin esta segunda-feira mereceu elogios e apreciações de diversas pessoas. "Aqui está a resposta", disse a diretora da RT, mostrando-se satisfeita pela ação das forças russas na Ucrânia. Já o principal apresentador deste canal, Anton Krasovsky, partilhou um vídeo na segunda-feira, a dançar numa varanda com um boné com a letra Z, o símbolo das forças militares russas.
Nesse mesmo dia, Ramzan Kadyrov, o influente líder da Chechénia, disse estar "100% feliz" com o decorrer da “operação militar especial”, em específico com as “medidas drásticas” seguidas pelo Kremlin, reiterando a uso das armas nucleares de baixa intensidade contra as forças ucranianas.
Também o governador da Crimeia, Sergei Aksyonov, descreveu os ataques de segunda-feira como "boas notícias", ao defender que a Rússia deveria manter esta intensidade na sua ação militar.