O Presidente da República afirmou, esta terça-feira, que Portugal tem relações diplomáticas com países que não são democráticos e que a "presença da seleção é uma forma de presença de Portugal e dos interesses portugueses".
"É evidente que a intervenção da seleção portuguesa de futebol é uma forma de projeção do interesse nacional tão forte, tão forte que o seu capitão é a pessoa mais conhecida do mundo”, acrescentou, já depois de saber que a sua deslocação tinha sido aprovada no Parlamento, apesar de terem existido votos contra, que disse terem sido “obviamente de conteúdo".
Para o chefe de Estado é "completamente diferente apoiar lá e lá dizer o que se pensa sobre a situação política" e tratando-se de “um certame de projeção importante para Portugal, as autoridades portuguesas devem lá estar".
Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda a garantia de que falará de Direitos Humanos no Qatar, como já tinha adiantado na sua justificação das declarações polémicas.
Sublinhe-se que o Parlamento aprovou, esta terça-feira, em plenário a deslocação do Presidente da República ao Qatar, com votos a favor do PS, PSD e PCP. Já o Bloco de Esquerda, Livre, Iniciativa Liberal e o PAN votaram contra. O Chega absteve-se.
Na bancada do PS, Isabel Moreira, Alexandra Leitão, Carla Miranda e Pedro Delgado Alves votaram contra. Os deputados do PSD Hugo Carneiro, António Topa Gomes e Fátima Ramos e os socialistas Maria João Castro, Miguel Rodrigues e Eduardo Alves abstiveram-se.