A inspetora-geral da Administração Interna garantiu esta terça-feita que o inquérito sobre as mensagens alegadamente racistas e xenófobas colocadas nas redes sociais por elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) será tratado "com rigor, celeridade e firmeza" disciplinar.
Ao ser ouvida na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias sobre o alegado envolvimento de membros da PSP e da GNR em práticas violadoras do Estado de direito, designadamente na difusão de mensagens racistas, Anabela Cabral Ferreira disse que "as notícias que vieram a público" serão "tratadas com rigor, com celeridade e com firmeza necessária em sede disciplinar".
Na audição pedida pelo PCP, pelo BE, pelo PAN e pelo Livre, a inspetora-geral da Administração Interna pediu "serenidade" e "reconhecimento do papel decisivo que as forças de segurança desempenham".
"São elas [forças de segurança] que permitem uma vida em segurança e sem segurança não há liberdade e sem liberdade não se exercem direitos, trata-se de uma atividade particularmente difícil", referiu.
Anabela Cabral Ferreira referiu ainda que "serão seguramente os polícias os primeiros a quererem o apuramento das responsabilidades" para manterem "a merecida confiança da comunidade" e "os primeiros a lamentar e a condenar que a conduta de alguns não manche a reputação de todos".
Recorde-se que a audição parlamentar acontece depois de ser emitida uma reportagem feita pelo consórcio português de jornalismo de investigação, onde se deu conta de quase 600 membros da PSP e GNR, a maioria no ativo, que usam as redes sociais para violar a lei ao escreverem mensagens racistas e que incitam ao ódio.