O presidente da Câmara Municipal de Lisboa disse, esta terça-feira, que não aceita lições "de ninguém" sobre emigração e imigração, sublinhando a sua experiência pessoal.
"Eu fui emigrante, sou casado com uma imigrante, o meu sogro é marroquino, a minha sogra é tunisina, por isso, há algo que gostaria de deixar muito claro: não aceito lições de ninguém nesta matéria, de ninguém", declarou Carlos Moedas, na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa.
O presidente da câmara defendeu que Portugal "precisa de imigrantes" e quis deixar "uma palavra muito sentida, muito profunda, de pesar pelo trágico falecimento de duas pessoas" no incêndio num prédio na Mouraria, no dia 4 deste mês.
Carlos Moedas reiterou que conhece "a emigração e a imigração na primeira pessoa, como poucos em Portugal", e defendeu que "o país precisa de uma política de imigração digna".
As declarações do autarca de Lisboa foram feitas pouco depois de o Presidente da República ter pedido a Carlos Moedas e a Luís Montenegro “bom senso” em relação ao tema da imigração. Marcelo Rebelo de Sousa salientou que "declarações muito emocionais feitas em cima de casos correm o risco de ser irracionais e de irem a reboque de posições mais emocionais que essas terão sempre mais sucesso em termos de captar a opinião pública".
Recorde-se que na semana passada, a propósito do incêndio na Mouraria, Carlos Moedas defendeu que se devia impor limites por setores à imigração, criticando o facto de ser possível a entrada de imigrantes em Portugal sem contrato de trabalho.