André Ventura afirmou esta quinta-feira que Augusto Santos Silva já não tem condições para continuar como presidente da Assembleia da República (AR).
O líder do Chega considera que Santos Silva deixou de ser um "árbitro imparcial", tornando-se num porta-voz do partido Socialista (PS).
"Augusto Santos Silva não tem nenhuma condição de continuar a ser presidente da Assembleia [da República], quando deixa de ser o árbitro imparcial entre os partidos e se torna o porta-voz do Partido Socialista, e se vangloria disso. Ele estava a vangloriar-se da conduta que tinha tido, com a anuência mais ou menos tácita do Presidente da República e do primeiro-ministro", afirmou.
Em causa estão as declarações de Santos Silva, ditas numa conversa "particular", conforme disse o próprio, num ambiente em informal, com Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, que vieram a público através de um vídeo publicado no website do jornal Observador.
Nessas mesmas declarações, o presidente da AR comenta o "ralhete" dado ao Chega na sequência das atitudes tomadas aquando do discurso de Lula da Silva no Parlamentro e diz que "aquilo que a Iniciativa Liberal decidiu fazer [na sessão com Lula da Silva] não é nada" porque "há sempre quem faça pior".
Recorde-se que, no dia 25 de abril, o presidente brasileiro discursou na AR, tendo a Iniciativa Liberal (IL) escolhido fazer-se representar apenas pelo líder da bancada parlamentar, sem os restantes deputados.
Ventura considera que não foram Augusto Santos Silva, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa que foram vítimas por ter sido divulgada a sua conversa privada mas sim o seu partido e a IL.
"Se [Augusto Santos Silva] puser a mão na consciência, perceberá que já não tem nenhumas condições para continuar no exercício do seu cargo e que isto só vai aumentar a conflitualidade dentro do parlamento. Enquanto Santos Silva se mantiver, o nível de conflito dentro do parlamento não vai diminuir, vai aumentar", disse.
O Grupo Parlamentar do Chega tem colado na sua porta uma fotografia de Augusto Santos Silva com uma cruz vermelha por cima onde se lê "não ao abuso de poder".
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